Não é neccessário vivermos ao lado de alguém para nos sentirmos ligados a esse alguém mais do que a qualquer outra pessoa...

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Maiakovski...

 

Eu

Pela calçada 
 da minha alma percorrida até à usura
 os passos de loucos
 batem com os tacões de frases duras. 
Aí onde as cidades 
 estão suspensas 
e numa rede de de nuvens 
os pescoços torcidos 
das torres 
endureceram - 
 eu sigo
 sozinho a soluçar 
 porque há polícias 
 crucificados
 no cruzamento.


"A presente recolha é uma selecção pessoal das poesias de Maiakovski, escritas entre 1912 e 1930. 1912 é o ano do manifesto «Um Tabefe no Gosto do Público», primeira manifestação do futurismo russo, que tinha Burliuk, Klebnikov e Maiakovski como principais arautos, mas é também o ano que o próprio Maiakovski balizou como de arranque da sua actividade literária, embora tenha escrito e mesmo publicado antes (desde 1907); 1930 é o ano do seu suicídio, com um tiro de pistola. 

 Esta selecção incidiu apenas nas poesias, deixando conscientemente de lado todos os seus poemas, no sentido russo do termo - conjunto consequente de versos desenvolvido à volta de um eixo narrativo, figurativo ou fantástico. Ficaram assim de fora alguns dos textos essenciais da sua escrita poética, como A Nuvem de Calças, A Guerra e o Mundo, 150.000.000, Sobre Isto, Lenine ou  O Proletário Voador."

 Adolfo Luxúria Canibal

Sem comentários: