José Saramago

domingo, 28 de janeiro de 2024

 

Narrativa sobre a solidão, a doença dos tempos modernos, e o confronto com o passado com que  nos tentamos reconciliar...

Tentarei que tudo seja muito simples, vorobusshek: como se esta fosse uma história para crianças.
 

  George B. nunca saía de casa e, portanto, o mundo tinha de ir até ele. 

  O mundo é o reino do preconceito, afirmou, mas o meu apartamento é o reino da liberdade. Pode parecer-te uma prisão. mas, aqui dentro, posso ser exactamente quem sou.

Não tinha necessidade de sair. Tinha o dinheiro da pensão. Os amigos lá fora tratavam de tudo por mim.Tornou a levar os dedos às têmporas. A imaginação, Natascha disse, como se su fosse muito burra. A imaginação é suficiente. 

  O falecido deixou-lhe ...e uma lista telefónica de 1992. 
Compreendo que tenha recusado tudo, exceto a lista telefónica...

"Acabámos agora o nosso encontro sobre o livro O nome que a cidade esqueceu, de João Tordo. De uma forma geral, todas gostámos do livro e sentimos que as personagens e a história central nos cativou e nos fez refletir acerca de um dos maiores flagelos da sociedade atual, a solidão dos centros urbanos. A cada página, o escritor consegue transportar-nos para aquele início da década de 90, pós queda da URSS e consequentes transformações, levando o leitor a caminhar pela cidade de Nova Iorque através dos passos de Natasha, revivendo o que era a ida à biblioteca quando não havia smartphones, as relações nascidas nas típicas lavandarias norte-americanas, as personagens caricatas de uma grande metrópole, a importância das cabines telefónicas; mas também absorvendo a história de George e o seu destino, pois, tal como o nome que ele procurava na lista telefónica, ele foi um "nome que a cidade esqueceu". George e Natasha são a prova de que as coincidências existem e que, entre milhões de pessoas, às vezes podemos encontrar alguém que revoluciona o nosso destino e nos faz acreditar num "Deus do impossível, aquele que desafia toda a lógica", mesmo que o final não seja tão belo quanto esperávamos, tal como a vida real." Vanda Balão

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