Toda a epopeia, que verdadeiramente o seja, que não se traduza num mero panegírico laudatório, incorpora ingredientes anti-épicos...O herói tem sempre uma dimensão épica com traços antiépicos.
Todas as epopeias encerram uma história de amor. É um traço definidor do épico muitas vezes esquecido...
- Oh, que exprobação não fazem os homens aos deuses! Dizem que de nós procedem os males, quando só eles, por loucura própria e contra a vontade do destino, são os seus autores, como sucedeu a Egisto que, contrariando o fado, desposou a legítima mulher do filho de Atreu, a quem matou no regresso, apesar de saber que o esperava uma morte cruel. E nós tínhamo-lo aconselhado antes, por meio de Hermes, o vigilante Argifonte, que o não matasse, nem lhe cobiçasse a esposa, pois Orestes vingaria o filho de Atreu, logo que chegasse à idade núbil e sentisse saudades da sua terra. Assim lho declarara Hermes; sem embargo, os seus bons conselhos não persuadiram o espírito de Egisto, que expiou todos os crimes de uma só vez. Atena, a deusa de olhos brilhantes, respondeu-lhe:
- Pai nosso, filho de Crono, dominador supremo, ele sucumbiu a uma morte muito justa; e assim morra quem praticar obras semelhantes. Mas o prudente Ulisses confrange-me o coração, o infeliz, que pena, há tanto tempo, longe dos amigos; numa ilha circundada pelas ondas, onde está o centro do mar.
Mãe, já que vida de tão curto prazo me deste, seria justo que ao menos tivesse honras muitas de Zeus poderoso que no alto troa! Ele, entanto, de todo de mim não se importa, pois consentiu que o potente senhor, de Atreu filho, Agamémnone, me desonrasse; meu prêmio tomou, de que, ufano, se goza.
O que ele assim reclamava, a chorar, pela mãe foi ouvido, que se encontrava no fundo do mar, junto ao pai venerando. Rapidamente, emergiu dentre as ondas espúmeas, qual névoa; ao lado dele assentou-se, que em pranto se achava desfeito, e acariciando-o com a mão, pôs-se logo a falar, e lhe disse:
Qual a razão de teu choro, meu filho? Que dor te acabrunha? Ora me conta sem nada ocultar-me; desejo sabê-lo.
Eneida — poema de morte? ou de esperança e de vida? Duas perguntas cada vez com maior insistência postas em confronto pela actualidade. É que no caminhar do protagonista a morte parece assumir-se como condição fundamental, como obsessão ; a ela acabam por conduzir todos os caminhos — o da felicidade, como necessidade, o da desgraça, como libertação. Mais do que isso, ela é a aspiração surpreendente do herói que, na viagem para o futuro (para a vida), somente tem voz e olhos para o passado (já morto), a frustração,enfim, de «um eleito que dir-se-ia condenado à insatisfação e ao espectáculo da morte» . Poderia ser, é certo, o estigma fatal da epopeia, narrativa de lutas e batalhas ; mas — e aí a originalidade — morrer, na Eneida, mais do que o resultado de vitórias ou reveses militares, é o morrer do homem enquanto tal, simbolizado de modo arquétipo em cada uma das personagens do poema, sobretudo na personagem central. Eneias chegou, por fim, ao Lácio, lutou pela fixação e venceu, lançou as sementes da futura Roma, levou a cabo a missão de que estava incumbido. Mas quantos ficaram pelo caminho?
Huc ades, o Galatea: quis est nam ludus in undis? Hic ver purpureum, varios hic flumina circum fundit humus flores, hic candida populus antro inminet, et lentae texunt umbracula vites. Huc ades: insani feriant sine litora fluctus.
De los sos oios tan fuertemientre llorando,
Tornava la cabeça e estavalos catando;
Vio puertas abiertas e uços sin cañados,
alcandaras vazias, sin pielles e sin mantos
e sin falcones e sin adtores mudados.
Sospiro Mio Cid, ca mucho avie grandes cuidados.
Fablo mio Cid bien e tan mesurado:
«grado a ti, Señor Padre, que estás en alto!
Esto me an buelto mios enemigos malos.»
As armas e os Barões assinalados Que da Ocidental praia Lusitana Por mares nunca de antes navegados...
Tu só, tu, puro amor, com força crua
Que os corações humanos tanto obriga,
Deste causa à molesta morte sua,
Como se fora pérfida inimiga.
Se dizem, fero Amor, que a sede tua
Nem com lágrimas tristes se mitiga,
É porque queres, áspero e tirano,
Tuas aras banhar em sangue humano.
No mais, Musa, no mais, que a lira tenho
destemperada e a voz enrouquecida,
e não do canto, mas de ver que venho
cantar a gente surda e endurecida.
O favor com que mais se acende o engenho
não no dá a pátria, não, que está metida
no gosto da cobiça e na rudeza
duma austera, apagada e vil tristeza.
Pomposo, roliço, Buck Mulligan, veio do alto da escada, trazendo uma tigela com espuma de barbear, na qual se cruzavam, em cima, um espelho e uma navalha. O roupão amarelo, solto, sustinha-o por detrás, gentilmente, a brisa suave da manhã. Ergueu a tigela e entoou: - Introibo ad altare dei.
Ela hesita em meio a fragrâncias, música, tentações. Ela leva-o para os degraus, atraindo-o pelo odor dos sovacos, o viço dos seus olhos pintados, o frufru de sua camisola em cujas pregas sinuosas se enrosca o fartum leonino de todos os brutos e machos que a possuíram.
Esposa e companheira de Adão Kadmon: Heva, Eva nua. Ela não teve embigo. Contempla. Ventre sem jaça, bojando-se ancho, broquel de velino reteso, não, alvicúmulo trítico, oriente e imortal, elevando-se de pereternidade em pereternidade. Matriz do pecado.
Uma artificiosa simbiose literária e musical...
Obras: • Livro de mil noites e uma noite• O Banquete, de Platão • O Castelo, de Franz Kafka • O Processo, de Franz Kafka • Metamorfose, de Franz Kafka• Na Colónia Penal, de Franz Kafka • Obras Completas de Natsume Soseki • O Conto de Genji, por Lady Murasaki Shikibu • O Mineiro, por Natsume Soseki• Poppies, por Natsume Soseki • Sanshiro, de Natsume Soseki • Kokoro, por Natsume Soseki • Julgamento de Adolf Eichmann, autor desconhecido • Macbeth, de Shakespeare • Hamlet, de Shakespeare • Agamenon, de Ésquilo • As troinanas, de Eurípides • Romeu e Julieta, de Shakespeare • Retórica, de Aristóteles • Eletra, de Sófocles • Hollow Men , por TS Eliot • Édipo Rei, de Sófocles • Poética, de Aristóteles • Contos da Lua e de chuva, por Ueda Akinari • Matéria e memória, por Henri Bergson • Georg Wilhelm Hegel • Aladdin, Adicionado por Antoine Galland àtradução francesa de 1001 Noites • The Frog Prince, irmãos Grimm • Hansel e Gretel, irmãos Grimm • Tio Vanya, de Anton Chekhov • Um Discurso sobre a Origem da Desigualdade, por Jean Jacques Rousseau...
Escritores: • Tolstoy • García Lorca • Hemingway • Dickens...
Temas musicais: • do Sergeant Pepper Lonely Hearts Club Band, dos Beatles • As Time Goes By, no OST Casablanca • Blonde on Blonde, de Bob Dylan • The White Album, dos Beatles • "Mi chiamano Mimi", de La Boheme, de Giacomo Puccini • Sonata in D major, por Schubert • Crossroads, por Cream • Little Red Corvette, por Prince • Dock of the Bay, de Otis Redding • Archduke Trio, (por Rubinstein, Heifetz e Feuermann) por Beethoven • Primeiro concerto para violoncelo, por Haydn • Posthorn Serenade, de Mozart • Kid A, por Radiohead • Greatest Hits, de Prince • My Favourite Things, por Coltrane • Getz / Gilberto, por Stan Getz
Bandas / Compositores: • Beatles • Duke Ellington • Led Zeppelin • Prince • Radiohead • Beethoven • Schumann • Alfred Brendel • Rolling Stones • Beach Boys • Simon & Garfunkel • Stevie Wonder • Haydn • Bach • Mozart • Berlioz • Wagner • Liszt...
Depois de ler a primeira página, ficou desiludida com o nível de língua... Não consegue ver a beleza, desde que ocultada pela cortina da banalidade. Precisa de se elevar e enlevar..."estás safo"; precisar de "guita", de "massa"; "cu de Judas" são suficientes para lhe estragar a manhã, a primeira do resto da sua vida, uma série ininterrupta de segundas feiras...
Por vezes o destino é como uma pequena tempestade de areia que não pára de mudar de direcção. Tu mudas de rumo, mas a tempestade de areia vai atrás de ti. Voltas a mudar de direcção, mas a tempestade persegue-te, seguindo no teu encalço. Isto acontece uma vez e outra e outra, como uma espécie de dança maldita com a morte ao amanhecer. Porquê? Porque esta tempestade não é uma coisa que tenha surgido do nada, sem ter nada a ver contigo. Esta tempestade és tu. Algo que está dentro de ti.
No dia em que fizer quinze anos, fujo de casa e sigo viagem até uma cidade distante e ficarei aí a viver, num canto de uma pequena biblioteca qualquer. Assim dito, quase parece o início de um conto de fadas.Mas não é de um conto de fadas que se trata,acreditem. Por mais voltas que se dê à imaginação.
Todos os estudantes andam sempre bem vestidos,têm dentes perfeitos e só sabem é manter conversas desinteressantes...À minha volta ergui uma barreira,atrás da qual me escondo e não deixo entrar os outros.Quem poderia gostar de uma pessoa assim? (...)Esforcei-me por esconder as minhas emoções para que ninguém-nem colegas nem professores-ficasse com a mínima ideia do que me passava pela cabeça.(...) Os olhos que vejo reflectidos no espelho são frios como os dos lagartos...(...) Nem sequer a mim próprio arranquei um sorriso.
Se quisesse poderia matar o meu pai e apagar a memória e recordação da minha mãe. Mas não há forma de apagar o DNA que eles me transmitiram. Se quiser livrar-me dele, tenho de arranjar maneira de me ver livre de mim próprio.
Há nisto um presságio. Um mecanismo interior que serve para me programar.
Sou livre. Fecho os olhos e penso com toda a minha força na minha nova condição, ainda que não esteja bem certo do que significa. Tudo o que sei é que estou completamente sozinho. Desterrado numa terra desconhecida, como um explorador solitário sem bússola nem mapa.
Ao chegar à noite do oitavo dia...esta rotina simples e centrada em si própria ficou feita em estilhaços.
Quando acabo a minha história,já é muito tarde. Sakura escuta atentamente...Conto-lhe tudo.Bom, quase tudo. Sobre as coisas importantes não consigo falar.
A Senhora Saeki, a bibliotecária, diz Oshima: Um tanto ou quanto invulgar... Não se enquadra nas categorias convencionais...Não é uma pessoa diferente... Digamos que ela lida com as coisas de maneira diversa da das outras pessoas.
Ainda estou a tentar perceber a distinção entre diferente e invulgar,mas algo me diz que chegou a hora de acabar com as perguntas.
As sonatas de Schubert...deixam de ser arte se te limitares a ouvi-las vezes sem conta... eu gosto de ouvir Schubert quando viajo de automóvel.Precisamente pelo facto de a imperfeição por detrás de cada interpretação espreitar a cada curva.
Ser capaz de chegar à fala com gatos era o segredo de Nakata. Só ele e os gatos é que sabiam. As pessoas iriam pensar que ele estava maluco,por isso nunca contou a ninguém.Toda a gente sabia que ele não devia muito à esperteza,mas uma coisa era ser tolo e outra,totalmente diferente, ser louco.
Não há palavras para descrever o momento em que Johnnie Walker abre os gatos para lhes roubar a alma, à frente de Nakata, com a intenção de o tornar num ser capaz de matar. Cena muito bem escrita, de uma densidade psicológica arrepiante.
Nakata ...enterrou a lâmina bem fundo no estômago de Johnnie Walker.(...)Sentia a cabeça pesada e zonza. Respirou fundo e fechou os olhos. A consciência começou a abandoná-lo e caiu na escuridão sem fim.
Penso como seria maravilhoso se pudesse aqui ficar o tempo que me apetecesse.A estante está cheia de livros que gostaria de ler,e comida é coisa que não falta.Mas sei que estou apenas de passagem e que em breve terei de partir.Este lugar é demasiado calmo,demasiado natural- demasiado perfeito . E eu não mereço estar aqui.Pelo menos,ainda não.
Apesar de tudo, tenho uma boa notícia... vais passar a fazer parte da biblioteca. Vais passar a estar lá, a viver lá... Ficas instalado na biblioteca,o que significa que podes ler tudo o que te apetecer... Porque estamos a fazer isto? Eu compreendo-te, e a Senhora Saeki compreende-me.Eu aceito-te, e ela aceita-me... Então, está combinado - diz Oshima - Vais comigo para a biblioteca.E,assim, tornas-te parte dela.
Na verdade, pode dizer-se que a vida da Senhora Saeki acabou aos vinte anos,quando o seu amado morreu.Não, aos vinte talvez não,talvez muito antes... Não estou a par dos pormenores todos, mas há uma coisa que tu precisas ficar a saber. Na alma dela,os ponteiros do relógio estão parados desde então.Cá fora, como é evidente, o tempo flui normalmente, mas isso não parece afectá-la...a senhora Saeki vive num tempo que parou(...) A senhora Saeki tem o coração ferido. Em certa medida, isso aplica-se a toda a gente. Sem excepção.Mas, no caso da senhora Saeki, a dor vai para além dos limites,torna-se expressão de um sofrimento pessoal.A alma dela é insondável. É encantadora, profunda, inteligente.Só quero que te lembres disso quando notares algo de estranho no comportamento dela.
Mentes limitadas, desprovidas de imaginação, intolerância, teorias desfasadas da realidade, terminologia barata, ideias dogmáticas, sistemas rígidos, essas é que são as coisas que realmente me assustam. É isso que eu mais temo e mais detesto nesta vida. Claro que a questão de saber o que está certo e o que está errado é muito importante. Todos nós cometemos erros de julgamento que podem eventualmente ser corrigidos. Desde que tenhamos coragem para reconhecer que errámos, as coisas podem compor-se. Agora, espíritos tacanhos e intolerantes, sem imaginação, são como parasitas que transformam o hospedeiro, mudam de forma, sobrevivem e vingam. São uma causa perdida, e eu não quero vê-los aqui por perto.
- Nakata não tem muitas opiniões.O que sabe é que gosta de enguias.
- Ser burro ou ser brilhante não vem ao caso. O que importa é que saibas ver o mundo pelos teus próprios olhos.
Tenho impressão que matei o meu pai com as minhas próprias mãos,e não estou a falar metaforicamente.Tenho a impressão de que o fiz.Como tu próprio disseste,eu não podia ter ido a Tóqui.Mas " nos sonhos começa a responsabilidade", não é?
- O poema de Yeats...
-Se calhar matei-o através do meu sonho...
- Mas ninguém vai andar atrás de ti por razões que se prendam com a tua responsabilidade poética.E muito menos a polícia. Ninguém pode estar em dois lugares ao mesmo tempo.É um dado científico- Einstein e essa conversa toda - e a lei aceita esse princípio.
- Não é só a questão de Nakata ser burro. Nakata também é vazio por dentro. Só agora é que se deu conta. Nakata é como uma biblioteca sem um único livro. Antes não era assim. Dentro dele Nakata costumava ter livros. Durante muito tempo não soube isso, mas agora tudo voltou á memória. Nakata costumava ser normal, igual às outras pessoas. Mas aconteceu uma coisa que o transformou numa espécie de invólucro sem nada lá dentro.
Sinto-me atraído por esse espírito, atraído por ela. Não pela Srª Saeki tal como ela é agora,mas pela Saeki-san que já não é. Muito atraído mesmo, movido por um sentimento tão forte que é impossível descrever. E pouco importa o que possam dizer,isto é real. Pode mesmo acontecer que ela não exista, mas só de pensar nela o meu coração desata a bater com força.Estes sentimentos são verdadeiros...
- Será possível,ainda em vida, a pessoa transformar-se num fantasma?
. É aquilo a que se chama um "espírito vivo".
Sinto um aperto no coração, parece uma coisa quente, um íman poderoso que me puxa na direcção da cidadezinha. Os meus pés são de chumbo e não se mexem. Se seguir em frente nunca mais a verei. Estou numa encruzilhada. Perdi toda e qualquer noção do tempo. (…) Estou preso entre dois vazios. Não faço ideia do que é o bem e o mal. Nem sequer já sei o que quero. Estou parado no meio de uma tempestade terrível. Não me consigo mexer e nem as pontas dos dedos à frente dos olhos vejo. Só sei que não me consigo mexer. A areia, de uma brancura que faz lembrar ossos pulverizados, envolve-me nas suas garras. E é então que a oiço – a Saeki-san- dizer-me algo. “Afinal tens de voltar atrás diz ela, num tom decidido. É isso que eu quero. Quero que estejas lá.”
O feitiço quebra-se. Volto a ser eu, de corpo inteiro. O sangue quente volta a correr pelo meu corpo. O que ela me deu, as últimas gotas de sangue dela. No momento seguinte, retomo a marcha e corro atrás dos soldados. Basta uma curva e o pequeno mundo no meio das colinas desvanece-se, como uma fresta cavada entre dois sonhos.
O mundo é uma metáfora...Mas,tanto para ti como para mim,esta biblioteca não representa uma metáfora.É,será sempre,a biblioteca.Quero deixar isso bem claro entre nós.
Gostaria que não te esquecesses de mim.Se te lembrares sempre de mim,não me importa que toda a gente me esqueça.
31 de agosto de 2014
Fim de mês, fim de agosto, fim de férias... Não gosta de fins, mesmo que o que finda tenha sido nefasto...
Relembrou o que acontece com a maré: aumenta, sobe, invade tudo, agiganta-se, tornando-se imparável; logo a seguir decresce, afasta-se, reduz-se, até o mar ficar distante, cada vez mais distante. Em criança, olhava , fascinada, o fenómeno, interrogando-me quem guardava a água, para onde ia ela... O movimento incessante do mar é uma tarefa sisífica, deve ser tão difícil ser mar como ser pessoa...Se pensasse na vida depois da morte, pedia para ser cremada ( até está na moda)e que deitassem as suas cinzas ao mar, dar-nos-íamos bem... Seria bom que a ciência explicasse as oscilações existenciais tão bem com as aquáticas...
Numa era em que tudo ou quase tudo se explica, pensou se será matematicamente possível determinar a velocidade a que se propaga o silêncio... O silêncio multiplica-se a um ritmo mais alucinante do que o som. É uma cadeia inexorável de ausências que paralisam a ação, impelindo a um mutismo invencível, como se fôssemos dominados por um monstro que nos asfixia e impede de falar... Há uma afasia psicológica invencível que dói,dói...mas não se consegue superar... As marés E o silêncio têm uma dimensão épica...
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