esta morte que nos acompanha
da manhã à noite, insone,
surda como um velho remorso
ou um vício absurdo. Os teus olhos
serão uma palavra inútil,
(...)
Para todos a morte tem um olhar.
Virá a morte e terá os teus olhos.
Será como deixar um vício,
como ver no espelho
ressurgir
uma face morta,
como escutar lábios fechados.
Desceremos no remoinho mudos
"... quando a carne se torna corpo e o corpo é apenas uma das ideias da alma."
Com voz gélida, Amine declarou: «Aqui , é assim.»
Mathilde ouviria aquela resposta muitas vezes. Nesse preciso instante compreendeu que era uma estrangeira, uma mulher, uma esposa, um ser à mercê dos outros.
Que fazia ela ali? A culpa era toda sua e da sua vaidade. Fora ela que quisera viver uma aventura, quem embarcara, fanfarrona, naquele casamento cujo exotismo suscitava inveja nas amigas.
"Não te armes em criancinha. Agora és minha mulher. A tua vida é aqui."
Matava-a a indiferença das pessoas para com a beleza das coisas.
Matava-a a indiferença das pessoas para com a beleza das coisas.
"Aqui não nos lamentamos durante dias. Despedimo-nos dos mortos e continuamos a viver. "
Toda envolta em branco, balouçava a cabeça, revisitando uma vida de silêncio, uma vida onde era proibido sofrer.
" Dario Fo revela-nos toda a humanidade de Lucrécia Borgia. Filha de um papa, três vezes esposa (um marido assassinado), um filho ilegítimo…tudo em apenas 39 anos. Assim, ante os nossos olhos desfila o fascínio das cortes renascentistas, com o papa Alexandre VI – o mais corrupto dos pontífices –, o diabólico irmão Cesare, os maridos de Lucrécia – perseguidos, mortos, humilhados –, e os seus amantes, acima de todos Pietro Bembo, com o qual partilhava o amor pela arte e, em especial, pela poesia e pelo teatro. Uma verdadeira academia do nepotismo e do obsceno, entre festas e orgias. Como hoje. Porque o romance da família dos Borgia é sobretudo a máscara do nosso tempo que, visto através do filtro daquele período, nos aparece ainda mais desolador e corrupto. Todos peões dos jogos do poder."
Quando as pessoas se concentram na ideia de beleza, veem-se, sem darem por isso, confrontadas com os pensamentos mais raros que existem no mundo. É essa, creio, a natureza do ser humano.
Débil constituição física e gago de nascença, Mizoguchi, o único filho de um padre Zen, ao longo de
toda a vida, sente-se diminuído e complexado com a sua gaguez, o
que o leva a isolar-se do mundo. Por vontade do pai, vai
estudar para padre no Templo Dourado, em Kyoto.Desde cedo preocupado com a Beleza, Mizoguchi vem a desenvolver com o templo
uma relação de dependência obsessiva, que constitui um outro obstáculo à sua
interação com o mundo exterior. Para ele, o templo dourado era a encarnação
última e suprema da Beleza.
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