Não é neccessário vivermos ao lado de alguém para nos sentirmos ligados a esse alguém mais do que a qualquer outra pessoa...

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Serenatas e Inebriamentos ...

Serenatas...

Serenata é um tipo de música que abrange trechos musicais de pequena duração, usualmente cantados, tocados à noite, de preferência debaixo de uma janela, dedicados a alguém que se ama, como forma de declaração amorosa. Um dos estilos mais marcantes é o das serenatas feitas por estudantes universitários, com especial relevo para os grupos de fado de Coimbra.

Tenho barcos, tenho remos, Tenho navios no mar; Tenho o amor ali defronte E não lhe posso chegar.Tenho navios no mar, Tenho navios no mar,Tenho o amor ali defronte Não me posso consolar. Tenho o amor ali defronte Não me posso consolar.Já fui barco,já fui navio, Já fui chalupa, escaler. Já fui moço, já sou homem, Só me falta ser mulher. Só me falta ser mulher Já fui moço, já sou homem,Já fui chalupa, escaler.

Gostei bem mais o ideal de antónio feijó...


Coimbra é uma lição
De sonho e tradição
O lente é uma canção
E a lua a faculdade
O livro é uma mulher
Só passa quem souber
E aprende-se a dizer saudade



I'm singing in the rain Just singin' in the rain What a glorious feeling I'm happy again I'm laughing at clouds So dark up above The sun's in my heart And I'm ready for love Let the stormy clouds chase Everyone from the place Come on with the rain I have a smile on my face I walk down the lane With a happy refrain Just Singin', singin' in the rain Dancing in the rain I'm happy again I'm singin' and dancin' in the rain I'm dancin' and singin' in the rain I'm singing in the rain Just singin' in the rain What a glorious feeling I'm happy again I'm laughing at clouds So dark up above The sun's in my heart And I'm ready for love Let the stormy clouds chase Everyone from the place Come on with the rain I have a smile on my face I walk down the lane With a happy refrain Just Singin', singin' in the rain Dancing in the rain I'm happy again I'm singin' and dancin' in the rain I'm dancin' and singin' in the rain...


Serenata do Adolescente


Que doentia claridade
a que me invade e me obsidia,
durante a noite e à luz da tarde,
à luz da tarde, à luz do dia! o
Que doentia aquela grade
de insone e ténue claridade,
sob a avançada gelosia!
................................
Se tens trint'anos? ou cinquenta?
Quis lá saber a tua idade!
Sei que em meus olhos se impacienta
fome da luz daquela grade!
Sei que sou novo, e que me odeio
porque me tarda — ante o teu seio —
queimar tão pobre mocidade!





Quando te vi amei-te já muito antes. Tornei a achar-te quando te encontrei. Nasci pra ti antes de haver o mundo. Não há cousa feliz ou hora alegre Que eu tenha tido pela vida fora, Que o não fosse porque te previa, Porque dormias nela tu futuro.


Outras serenatas...


Durante 51 anos, 9 meses e 4 dias, Florentino Ariza amou Fermina Danza à distância, sem qualquer contacto entre os dois. Um amor que só declarou no dia em que Femina enviuvou, aos 72 anos. Na sua juventude, Florentino comia pétalas de rosa e bebia frascos de água de colónia para se sentir perto de Fermina. Tocava violino para ela escolhendo o lugar da serenata conforme o rumo do vento para que ela o escutasse. Depois escrevia manifestos de embarque em rima, de tal maneira que até os documentos oficiais pareciam cartas de amor.


I was right I was right Oh, the sun, the sun The sun is rising from the field...
The sweetest spot When it's gone, it's gone Where the real and the dream may consummate

Se houvesse degraus na terra e tivesse anéis o céu, eu subiria os degraus e aos anéis me prenderia. No céu podia tecer uma nuvem toda negra . E que nevasse, e chovesse, e houvesse luz nas montanhas, e à porta do meu amor o ouro se acumulasse.

Era deste modo que eu queria estar só. Sem mim....Sem aquele mim que eu já conhecia, ou que julgava conhecer. Só ,com um estranho que eu já sentia obscuramente que não poderia afastar de mim, e que era eu próprio: o estranho inseparável de mim.

A sua imagem não lhe saía do pensamento: era nela que pensava quando de madrugada, já acordado, se entretinha a contemplar o quarto...ou quando, à noitinha, o lusco- fusco se abatia e o quarto ia mergulhando na escuridão...Em todas aquelas horas distribuídas pelos dias era nela que ele pensava...se não revelámos que fora esta a razão pela qual as horas haviam voado tão velozmente durante aquele período, foi simplesmente devido à compreensão pelo desassossego que lhe ia na alma e se imiscuía na felicidade aterrorizadora de tais imagens e visões. Porque era verdadeiro pavor o que ele sentia, misturado com um estado de inquietação, uma esperança que raiava o incerto e incomensurável, o aventuroso até, alegria e apreensão, um temor inefável mas que por vezes comprimia tão bruscamente o coração deste jovem...que o levava a erguer uma mão ao nível desse órgão, enquanto a outra toca a testa como que uma viseira por cima dos olhos. Ao que dizia num sussurro: Oh, meu Deus...

Na montanha mágica , encontrei todos os hipónimos dos meus inebriamentos: desassossego, felicidade aterrorizadora, verdadeiro pavor, inquietação, esperança, incerteza, aventura, alegria, apreensão, temor inefável - Esta amálgama de emoções desencontradas, materializa-se, num sussurro, proferido mesmo pelos não crentes: "Oh, meu Deus..."
(Quantas vezes não dei por mim, a invocar o deus em que não creio, quando uma certa imagem me invade a mente e os sentidos, provocando um cálido arrepio que me faz estremecer...)

O que for, quando for, é que será o que é.



- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Por favor... cativa-me!
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Se tu queres um amigo, cativa-me!



Quem sou eu, atualmente? A raposa ou o principezinho?
Don't make me suffer for that...
O amor é o ponto onde se encontra a verdade e a magia.A verdade como na fotografia; a magia como no balonismo.

Juntamos duas coisas que ainda não se tinham juntado e o mundo transforma-se... A aeronáutica e a fotografia foram avanços científicos com consequências práticas e cívicas.

Juntamos duas pessoas que ainda não se tinham juntado. Às vezes é como a primeira tentativa para prender um balão de hidrogénio e um balão de fogo: preferimos que se despenhe e arda ou que arda e se despenhe?

Cedo na vida,o mundo divide-se entre os que praticaram sexo e os que não praticaram. Mais tarde, entre os que conheceram o amor e os que não o conheceram. Mais tarde ainda, divide-se entre os que sofreram o luto e os que não sofreram. Estas divisões são absolutas; são trópicos que atravessamos.

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