Não é neccessário vivermos ao lado de alguém para nos sentirmos ligados a esse alguém mais do que a qualquer outra pessoa...

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Conta-corrente...

Inquietação...
É tão fácil o socialmente correto...é tão fácil gostar do que se deve gostar...É tão fácil gostar porque se pensa que será conveniente gostar!! Como estas pessoas devem se felizes: sabem bem fazer contas, calculam tudo o que é ou não conveniente....ser feliz é, afinal, dominar a nobre arte da contabilidade... Apesar de ser mulher de letras, sempre fiz muitas contas...

A contas com o bem que tu me fazes A contas com o mal por que passei Com tantas guerras que travei Já não sei fazer as pazes



Forever after days Stand and make myself a crown To the table I step alone And hold my own above the ground...


εὕρηκα!

καίτοι τί πάσχω; βούλομαι γέλωτ' οφλεΐν εχθρούς μεθεΐσα τους έμούς άζημίους;και μανθάνω μεν σία δραν μέλλω κακά, θυμός δε κρείσσων των έμδν βουλευμάτων,δσπερ μεγίστων αίτιος κακών βροτοΐς.cru δ' ουκ έμελλες ταμ' άτιμάσας Μχη τερπνόν διάξειν βίοτον έγγελων έμον...
Analepse...
vinte e quatro de maio: confirmação.
vinte e quatro de julho : confirmação da confirmação.
vinte e quatro de setembro : confirmação da confirmação da confirmação...


Algumas coisas não são vaticinadas para se concretizarem, mas precisamente para não se tornarem realidade, um pouco à maneira dos exorcismos.


1,2,3,4
1
1,2,3,4,5,6,7,8, 9,10,11
1,2,3,4,5
1,2
1,2,3,4
1,2,3,4,5,6,7



E a expectativa significa viver em antecipação, ou seja, sentir o tempo e o momento presente não como dádiva, mas antes como estorvo...Dizem que o tempo de espera parece sempre longo. No entanto, ele pode ser também, ou é-o com efeito, breve, pois engole imensas massas temporais que ficam, deste modo, por viver e desfrutar... O tempo desperdiçado na espera não nos faz envelhecer...

Reformulação da contagem
1,2,3,4,5,6,7,8...
1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12,13,14,15,16,17,18,19 20,21,22,22,24,25,26,27...
1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12,13,14...

A uniformidade constante produz a redução atroz e assustadora dos longos períodos de tempo. Quando um dia se assemelha a todos os outros, todos os outros se assemelham a esse dia.


Pela centésima vez começo um diário. Diabo! Não serei capaz de me obrigar a reflectir cinco minutos por dia? Certo o diário escrito com fins de publicação é idiota e pedante. Mas eu não vou escrever para publicar. Quero apenas tornar claras as duas ideias que por dia me couberem, ou forçá-las a nascer se me não couberem. Só isto!...
Faço hoje 30 anos. Que fiz eu até hoje? Como custa concluir que não fiz nada. Não percebo como pude jamais convencer-me de que tinha possibilidades de realizar grandes coisas. Há sete anos acreditei fortemente que viria a ser um bom escritor. Acabei detestáveis livros que a crítica dependurava nos cornos da lua e – o que é mais estranho – acha-os ainda hoje superiores. /.../ Confesso: sinto- me derrotado. Mas trabalho sempre.

não escondemos que aprendemos a capitalizar o amor, entregando amplamente os nossos melhores momentos às raparigas mais carentes. o amor, sabemos bem, é o caminho directo para a inutilidade, e nós procuramos as raparigas que mais rapidamente se inutilizem perante as coisas clássicas da vida. não nos queremos atarefar com a vulgaridade, e gostaríamos até de impregnar cada gesto com características alienígenas, mas o tempo escapa-se e o dinheiro também e, se só pensamos no amor, não temos como fazer de outro modo senão vendê-lo entusiasticamente, como fontes de trovões bonitos jorrando nas praças mais movimentadas das cidades. e as raparigas correm para nós urgentes e cheias de vida, férteis de tudo quanto o amor se abate sobre elas, uma alegria rica de se ver, e nós a balançar os braços para chamar a atenção de mais e mais e já nem sabemos como parar, como forças incontroladas, à semelhança de mecanismos ferozes da natureza, e só sairemos daqui quando desfalecermos de amor até pelas raparigas mais feias...

Inquietude...
Estado daquilo que está inquieto; que foi alvo de agitação. Condição da pessoa inquieta; estado de quem demonstra falta de sossego; que não consegue repousar; sem tranquilidade; nervosismo. Ação de se preocupar com o que, normalmente, se encontra acima de seu entendimento; falta de satisfação intelectual.

Nessas horas lentas e vazias, sobe-me da alma à mente uma tristeza de todo o ser, a amargura de tudo ser ao mesmo tempo uma sensação minha e uma coisa externa, que não está em meu poder alterar.

Em vez de me obter com a fuga, vejo-me desamparada, solitária, jogada num cubículo sem dimensões, onde a luz e a sombra são fantasmas quietos. No meu interior encontro o silêncio procurado. Mas dele fico tão perdida de qualquer lembrança de algum ser humano e de mim mesma, que transformo essa impressão em certeza de solidão física.

Tantas vezes, tantas, como agora, me tem pesado sentir que sinto – sentir como angústia só por ser sentir, a inquietação de estar aqui, a saudade de outra coisa que se não conheceu, o poente de todas as emoções.… Ah, quem me salvará de existir? Não é a morte que quero, nem a vida: é aquela outra coisa que brilha no fundo da ânsia…”.

Acordei hoje com tal nostalgia de ser feliz. Eu nunca fui livre na minha vida inteira. Por dentro eu sempre me persegui. Eu me tornei intolerável para mim mesma. Vivo numa dualidade dilacerante. Eu tenho uma aparente liberdade mas estou presa dentro de mim.

Tudo acontece como se meu combate espiritual se passasse em uma clareira. Penetro na floresta, nada encontro, e a fraqueza logo me força a sair de lá, frequentemente, quando deixo a floresta, ouço, ou creio ouvir, os cliques de armas usadas em uma guerra.

Estou com saudade de mim. Ando pouco recolhida, atendendo demais ao telefone, escrevo depressa, vivo depressa. Onde está eu? Preciso fazer um retiro espiritual e encontrar-me enfim -enfim, mas que medo - de mim mesma.

Pensei em tudo o que poderia dizer e o repeti mil vezes a mim mesmo quando estava deitado na escuridão. Que lutas íntimas travei! Se soubesses como estava farto daquela vã tagarelice! Eu queria esquecer tudo e recomeçar a vida ponto termo, especialmente, aqueles solilóquios.

Eia,, que vida essa! essa era a vida, eia! Eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh! Eh-lahô-lahô-laFIO-Iahá-á-á-à-à! Eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh! Eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh! Eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh! Embrulho-me em tudo isto como uma capa no frio! Roço-me por tudo isto como uma gata com cio por um muro! Rujo como um leão faminto para tudo isto! Arremeto como um toiro louco sobre tudo isto! Cravo unhas, parto garras, sangro dos dentes sobre isto! Eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh! Ahó-ó-ó-ó-ó-ó-ó-ó-ó-ó-ó - yyyy.. Schooner ahó-ó-ó-ó-ó-ó-ó-ó-ó-ó-ó-ó-ó - yyyy...

Deus pede estrita conta de meu tempo.
E eu vou, do meu tempo, dar-lhe conta.
Mas, como dar, sem tempo, tanta conta,
Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?
Para dar minha conta feita a tempo,
O tempo me foi dado, e não fiz conta.
Não quis, sobrando tempo, fazer conta.
Hoje, quero fazer conta, e não há tempo.
Oh, vós, que tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis vosso tempo em passatempo.
Cuidai, enquanto é tempo, em fazer conta!
Pois, aqueles que, sem conta, gastam tempo,
Quando o tempo chegar, de prestar conta,
Chorarão, como eu, o não ter tempo...

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