Mas quando, sem argumentos, tentarmos proibir que ele saia à noite para rapidamente sermos aldrabados pelas suas estratégias, perderemos rapidamente a face e não teremos força para nos opor numa questão mais decisiva. Não podemos continuar a esquecer a interioridade de cada um, sacrificando-a constantemente a um espectáculo mediático falsamente «autêntico», onde tantas vezes sobressai o violento e o perverso — é assim que só poderemos ser pais mais verdadeiros se não formos atrás de modas e actuarmos de facto de acordo com as nossas convicções. Estamos assim, queridos pais, chegados a um impasse. Não queremos ser pais como os nossos pais foram e ainda não descobrimos que espécie de pais queremos ser. Temos, pois, de inventar novos pais. Teremos que ir buscar ao sótão da nossa infância alguns episódios que nos marcaram, poderemos ir recordar a nostalgia dos amores perdidos, ou poderemos simplesmente renascer. O certo é que não poderemos continuar como até aqui.
Em todas as esquinas da cidade nas paredes dos bares à porta dos edifícios públicos nas janelas dos autocarros mesmo naquele muro arruinado por entre anúncios de aparelhos de rádio e detergentes na vitrine da pequena loja onde não entra ninguém no átrio da estação de caminhos de ferro que foi o lar da nossa esperança de fuga um cartaz denuncia o nosso amor Em letras enormes do tamanhodo medo da solidão da angústia um cartaz denuncia que um homem e uma mulher se encontraram num bar de hotel numa tarde de chuva entre zunidos de conversa e inventaram o amor com carácter de urgência deixando cair dos ombros o fardo incómodo da monotonia quotidiana Um homem e uma mulher que tinham olhos e coração e fome de ternura e souberam entender-se sem palavras inúteis Apenas o silêncio A descoberta A estranheza de um sorriso natural e inesperado Não saíram de mãos dadas para a humidade diurna Despediram-se e cada um tomou um rumo diferente embora subterraneamente unidos pela invenção conjunta de um amor subitamente imperativo Um homem uma mulher um cartaz de denúncia colado em todas as esquinas da cidade A rádio já falou A TV anuncia iminente a captura A polícia de costumes avisada procura os dois amantes nos becos e avenidas Onde houver uma flor rubra e essencial é possível que se escondam tremendo a cada batida na porta fechada para o mundo É preciso encontrá-los antes que seja tarde Antes que o exemplo frutifique Antes que a invenção do amor se processe em cadeia Há pesadas sanções para os que auxiliarem os fugitivos (...)
Entrei numa livraria. Puz-me a contar os livros que ha para ler e os anos que terei de vida. Não chegam, não duro nem para metade da livraria. Deve certamente haver outras maneiras de se salvar uma pessoa, senão estou perdido.No entanto, as pessoas que entravam na livraria estavam todas muito bem vestidas de quem precisa salvar-se.Comprei um livro de filosofia. Filosofia é a sciencia que trata da vida; era justamente do que eu necessitava–pôr sciencia na minha vida.Li o livro de filosofia, não ganhei nada, Mãe! não ganhei nada.
Disseram-me que era necessario estar já iniciado, ora eu só tenho uma iniciação, é esta de ter sido posto neste mundo á imagem e semelhança de Deus. Não basta?
Imaginava eu que havía tratados da vida das pessoas, como ha tratados da vida das plantas, com tudo tão bem explicado, assim parecidos com o tratamento que ha para os animaes domesticos, não é? Como os cavalos tão bem feitos que ha!
Imaginava eu que havia um livro para as pessoas, como ha hostias para cuidar da febre. Um livro com tanta certeza como uma hostia. Um livro pequenino, com duas paginas, como uma hostia. Um livro que dissesse tudo, claro e depressa, como um cartaz, com a morada e o dia.
Não achas, Mãe? Por exemplo. Ha um cão vadio, sujo e com fome, cuida-se deste cão e ele deixa de ser vadio, deixa de estar sujo e deixa de ter fome. Até as crianças já lhe fazem festas.
Cuidaram do cão porque o cão não sabe cuidar de si–não saber cuidar de si é ser cão.
Ora eu não queria que cuidassem de mim, mas gostava que me ajudassem, para eu não estar assim, para que fosse eu o dono de mim, para que os que me vissem dissessem: Que bem que aquele soube cuidar de si!
Eu queria que os outros dissessem de mim: Olha um homem! Como se diz: Olha um cão! quando passa um cão; como se diz: olha uma arvore! quando ha uma arvore. Assim, inteiro, sem adjectivos, só de uma peça: Um homem.
Mas eu andei a procurar por todas as vidas uma para copiar e nenhuma era para copiar.
Como o livro, as pessoas tinham principio, meio e fim. A principio o livro chamava-me, no meio o livro deu-me a mão, no fim fiquei com a mão suada do livro de me ter estendido a mão.
Talvez que nos outros livros… mas os titulos dos livros são como os nomes das pessoas–não quere dizer nada, é só para não se confundir…
Na montra estava um livro chamado «O lial conselheiro». Escrito antigamente por um Rei dos Portuguezes! Escrito de uma só maneira para todas as especies de seus vassalos!
Bemdito homem que foi na verdade Rei! O Mestre que quere que eu seja Mestre!
Eu acho que todos os livros deviam chamar-se assim: «O lial conselheiro»! Não achas, Mãe?
O Mestre escreveu o que sabia–por isso ele foi Mestre. As palavras tornaram presentes como o Mestre fazia atenção. Estas palavras ficaram escritas por causa dos outros tambem. Os outros aprendiam a ler para chegarem a Mestres–era com esta intenção que se aprendia a ler antigamente.
Sonhei com um paíz onde todos chegavam a Mestres. Começava cada qual por fazer a caneta e o aparo com que se punha á escuta do universo; em seguida, fabricava desde a materia prima o papel onde ia assentando as confidencias que recebia directamente do universo; depois, descia até ao fundo dos rochedos por causa da tinta negra dos chócos; gravava letra por letra o tipo com que compunha as suas palavras; e arrancava da arvore a prensa onde apertava com segurança as descobertas para irem ter com os outros. Era assim que neste país todos chegavam a Mestres. Era assim que os Mestres iam escrevendo as frases que hão-de salvar a humanidade.
Quando eu nasci, as frases que hão-de salvar a humanidade já estavam todas escritas, só faltava uma coisa–salvar a humanidade.
( Ortografia de 1921)
A memória é essa claridade fictícia das sobreposições que se anulam. O significado é essa espécie de mapa das interpretações que se cruzam como cicatrizes de sucessivas pancadas. Os nossos sentimentos. A intensidade do sentir é intolerável. Do sentir ao sentido do sentido ao significado: o que resta é impacto que substitui impacto - eis a invenção.
Dei do meu corpo um chicote de força. Rasei meus olhos com água. Dei do meu sangue uma espada de raiva e uma lança de mágoa. Dei do meu sonho uma corda de insónias cravei meus braços com setas descobri rosas alarguei cidades e construí poetas. E nunca te encontrei na estrada do que fiz amor que nunca logrei mas quis.
Qualquer grande livro respira este espírito, que escolhe os destinos individuais porque eles não se adaptamàs formas que o rebanho lhes quer impor. Isso leva a decisões impossíveis de pôr em prática; a única coisa que se pode fazer é reconstruir as nossas vidas.
A sua auto-estima, tolhida por tantos escrúpulos, desertou para ir ao encontro desta alma gémea, e este sentimento ,mais espontâneo do que todos os outros nela, fê-la esquecer o que se dizia do Dr. Arnheim...
Até aqui Diotima conseguira reproduzir literalmente a conversa, mas neste ponto dissolveu-se no seu próprio brilho; já não se lembrava do que respondera. Durante o resto do tempo, sentira crescer em si um sentimento indefinido e excitante de felicidade e expectativa,e agora o seu espírito parecia um balão infantil,pequeno e colorido,que se tivesse soltado e pairasse lá no alto, contilante, contra o Sol. E no momento seguinte rebentaria.
De tempos a tempos o seu olhar voltava-se para A., que geralmente estava noutra ponta do salão, no meio de um grupo de homens, a falar; mas depois reparava que o seu olhar há muito tempo se concentrava nele, e que o seguia de cada vez que os seus olhos despertavam. Se assim se pode dizer, eram as pontas das asas da sua alma que, sem que ela olhasse para ele, pousavam sempre no rosto de A.,anunciando o que ia lá dentro.
Eu estava a pensar na forma como se poderá entender o amor, à luz da minha formação. Da minha perspectiva, depende daquilo que o outro representa, se o outro é um prolongamento nosso, é uma parte nossa, como acontece muitas vezes, ou é uma idealização do eu de que falaria o Freud. No sentido psicanalítico poder-se-ia dizer que o amor corresponde ao eu ideal e, portanto, à procura de qualquer coisa de ideal que nós colocamos através de um mecanismo de identificação projectiva no outro.
Portanto, à luz de uma perspectiva científica, como é apesar de tudo a psicanalítica, o problema começa a pôr-se de uma forma um bocado diferente. Nesse sentido e na medida em que o objecto amado é sempre idealizado e nunca é um objectivo real, a gente, de facto, nunca se está a relacionar com pessoas reais, estamos sempre a relacionarmo-nos com pessoas ideias e com fantasmas. A gente vive, de facto, num mundo de fantasmas: os amigos são fantasmas que têm para nós determinada configuração, ou os pais, ou os filhos, etc. (...) O amor é uma coisa que tem que tem que ver de tal forma com todo um mundo de fantasmas, com todo um mundo irreal, com todo um mundo inventado que nós carregamos connosco desde a infância, que até poderá haver, eventualmente, amor sem objecto. O amor não será, assim, necessariamente, uma luta corpo a corpo, ou uma luta corporal, mas pode ter que ver realmente com outras coisas, uma idealização, um desejo de encontrar qualquer coisa de perdido, nosso, que é normalmente isso que se passa, no amor neurótico, ou mesmo não neurótico. Quer dizer, é a procura de encontrarmos qualquer coisa que a nós nos falta e que tentamos encontrar no outro e nesse caso tem muito mais que ver connosco do que com a outra pessoa. Normalmente, isso passa-se assim e também não vejo que seja mau que, de facto, se passe assim.
Súbita mão de algum fantasma oculto Entre as dobras da noite e do meu sono Sacode-me e eu acordo, e no abandono Da noite não enxergo gesto ou vulto. Mas um terror antigo, que insepulto Trago no coração, como de um trono Desce e se afirma meu senhor e dono Sem ordem, sem meneio e sem insulto. E eu sinto a minha vida de repente Presa por uma corda de Inconsciente A qualquer mão nocturna que me guia. Sinto que sou ninguém salvo uma sombra De um vulto que não vejo e que me assombra, E em nada existo como a treva fria. .
Hoje esqueci-me que às vezes também podes ver Às vezes também sabes ter noção Hoje vens tu ver restos de mim...
Neste infinito fim que nos alcançou Guardo uma lágrima vinda do fundo Guardo um sorriso virado para o mundo Guardo um sonho que nunca chegou...Levo-te a ti... levo-te a ti... levo-te a ti para sempre comigo...
O que eu gosto é que a minha música acorde os fantasmas que há dentro de mim. Não os demónios, mas os fantasmas.
Ausente, a tua figura aumenta a ponto de encher o universo. Passas ao estado fluido que é o dos fantasmas.Presente, ela condensa-se; atinges as concentrações dos metais mais pesados, do irídio, do mercúrio. Morro com esse peso quando ele me cai no coração.
Sempre que bebo demais, sinto-me a deslizar como um fantasma...
Súbita mão de algum fantasma oculto Entre as dobras da noite e do meu sono Sacode-me e eu acordo, e no abandono Da noite não enxergo gesto ou vulto. Mas um terror antigo, que insepulto Trago no coração, como de um trono Desce e se afirma meu senhor e dono
Sem ordem, sem meneio e sem insulto. E eu sinto a minha vida de repente Presa por uma corda de Inconsciente A qualquer mão nocturna que me guia. Sinto que sou ninguém salvo uma sombra De um vulto que não vejo e que me assombra, E em nada existo como a treva fria
Cada hombre lleva un fantasma de mujer, no en la imaginación que entonces sería fácil de expulsarle; sino circulando en su sangre, y cada mujer un fantasma más o menos concreto de hombre. Esta teoria de greporio marañón é uma versão moderna do mito platónico...
Las tardes muertas, con la perspectiva que da el tiempo, resultaron ser las más vivas de mi existencia. Ellas, para bien o para mal, me hicieron; de aquellas tardes por las que deambulé ocioso, como un fantasma, nací.
E por detrás da derrota surge pura a solidão negra e implacável do céu deserto e estrelado. O mistério da vida dói-nos e apavora-nos de muitos modos. Umas vezes vem sobre nós como um fantasma sem forma, e a alma treme com o pior dos medos — a da incarnação disforme do Não-ser. Outras vezes está atrás de nós, visível só quando nos não voltamos para ver, e é a verdade toda no seu horror profundíssimo de a desconhecermos.Mas este horror que hoje me anula é menos nobre e mais roedor.
Em olhos que não me olham, suspeito troças que acho naturais, dirigidas contra a excepção deselegante que sou entre um mundo de gente que age e goza; e no fundo suposto de fisionomias que passam gargalha da acanhada gesticulação da minha vida uma consciência dela que sobreponho e interponho. Debalde, depois de pensar isto, procuro convencer-me de que de mim, e só de mim, a ideia da troça e do opróbio leve parte e esguicha. Não posso já chamar a mim a imagem do ver-me ridículo, uma vez objectivado nos outros. Sinto-me, de repente, abafar e hesitar numa estufa de mofas e inimizades. Todos me apontam a dedo do fundo das suas almas. Lapidam-me de alegres e desdenhosas troças todos que passam por mim. Caminho entre fantasmas inimigos que a minha imaginação doente imaginou e localizou em pessoas reais. Tudo me esbofeteia e me escarnece.
Fantasmas sem lugar, que a minha mente
Figura no visível, sombras minhas
Do diálogo comigo.
Minha imaginação é uma cidade no Oriente. Toda a sua composição de realidade no espaço tem a voluptuosidade de superfície de um tapete rico e mole. As tendas que multicoloram as suas ruas destacam-se sobre não sei que fundo que não é o delas como bordados de amarelo ou vermelho sobre cetim azul-claríssimo... Fui por isso pórticos em civilizações perdidas, febres de arabescos em frisos inertes, enegrecimentos de eternidade nos coleios das colunas partidas, mastros apenas nos naufrágios remotos, degraus só de tronos abatidos, véus nada velando, e como que velando sombras, fantasmas erguidos do chão como fiamos de turíbulos arremessados...
Eu o foco inútil de todas as realidades,
Eu o fantasma nascido de todas as sensações,
Eu o abstracto, eu o projectado no écran,
Eu a mulher legítima e triste do Conjunto,
Eu sofro ser eu através disto tudo como ter sede sem ser de água.
Gracious goes the ghost of you And i will never forget the plans and the Silhouettes you drew here and Gracious goes the ghost of you My dear
Não era a minha alma que queria ter. Esta alma já feita, com seu toque de sofrimento e de resignação, sem pureza nem afoiteza. Queria ter uma altura nova. Decidida capaz de tudo ousar. Nunca esta que tanto conheço, compassiva, torturada de trazer por casa. A alma que eu queria e devia ter… Era uma alma asselvajada, impoluta, nova, nova,nova, nova!
O amor é como os fantasmas de que todos falam, mas que ninguém viu...
Sou o fantasma de um rei
Que sem cessar percorre
As salas de um palácio abandonado...
Minha história não sei...
Toda a ternura que eu pudera ter vivido, Toda a grandeza que eu pudera ter sentido, Todos os cenários que entretanto fui... É lá, no grande Espelho de fantasmas Que ondula e se entregolfa todo o meu passado, Se desmorona o meu presente, E o meu futuro é já poeira..
Há uma cor que me persegue e que eu odeio, Há uma cor que se insinua no meu medo. Porque é que as cores têm força De persistir na nossa alma,Como fantasmas? Há uma cor que me persegue, e hora a hora A sua cor se torna a cor que é a minha alma. O verde! O horror do verde!A opressão angustiosa até ao estômago, A náusea de todo o universo na garganta Só por causa do verde, Só porque o verde me tolda a vista, E a própria luz é verde, um relâmpago parado de verde...
Não somos senão fantasmas de fantasmas,
E a paisagem hoje ajuda muito pouco.
Tudo é geograficamente exterior.
A chuva cai por uma lei natural
E a humanidade ama porque ama falar no amor.
Passar dos fantasmas da fé para os espectros da razão é somente ser mudado de cela. A arte, se nos liberta dos manipansos assentes e obsoletos, também nos liberta das ideias generosas e das preocupações sociais — manipansos também.
Didn't want to be your ghost
Didn't want to be anyone's ghost
Didn't want to be your ghost
Didn't want to be anyone's ghost
But I don't want anybody else
I don't want anybody else
A miséria da minha condição não é estorvada por estas palavras conjugadas, com que formo, pouco a pouco, o meu livro casual e meditado. Sobrevivo nulo no fundo de toda a expressão, como um pó indissolúvel no fundo do copo de onde se bebeu só água. Escrevo a minha literatura... com cuidado e indiferença.(...) Tudo isto é sonho e fantasmagoria, e pouco vale que o sonho seja lançamentos como prosa de bom porte. Que serve sonhar com princesas mais que sonhar com a porta da entrada do escritório? Tudo o que sabemos é uma impressão nossa, e tudo o que somos e uma impressão alheia, melodrama de nós, que, sentindo-nos, nos constituímos nossos próprios espectadores activos, nossos deuses por licença da Câmara.
Há uma cor que me persegue e que eu odeio,
Há uma cor que se insinua no meu medo.
Porque é que as cores têm força
De persistir na nossa alma,
Como fantasmas?
Há uma cor que me persegue e hora a hora
A sua cor se torna a cor que é a minha alma.
Eu não possuo o meu corpo como posso eu possuir com ele? Eu não possuo a minha alma — como posso possuir com ela? Não compreendo o meu espírito como através dele compreender? As nossas sensações passam — como possuí-las pois — ou o que elas mostram muito menos. Possui alguém um rio que corre, pertence a alguém o vento que passa? Não possuímos nem um corpo nem uma verdade — nem sequer uma ilusão. Somos fantasmas de mentiras, sombras de ilusões e a minha vida é vã por fora e por dentro.
I wish there was a treaty, I wish there was a treaty Between your love and mine(...) I haven't said a word since you been gone that any liar couldn't say as well.(...) I'm so sorry for that ghost I made you be, only one of us was real and that was me.(...) I wish there was a treaty, I wish there was a treaty Between your love and mine...
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