Não é neccessário vivermos ao lado de alguém para nos sentirmos ligados a esse alguém mais do que a qualquer outra pessoa...

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Altruísmo e o contrário...

O altruísmo, em seu excesso é contra a moral, porque a moral não sendo mais do que uma expansão da personalidade (individualista de todo), tudo quanto rebaixa a personalidade é imoral. O altruísmo é, como tudo em que o subjectivo não antepara o objectivo, um sintoma de desequilíbrio; neste seu exagero é exactamente idêntico em natureza à avareza, [...] O único fim do altruísmo é completar por uma expansão, a personalidade; desde que o meio de expansão se torne um fim , dá‑se uma coisa de degenerescência, como tudo quanto envolve uma confusão de meios com fins, isto é, uma confusão de funções, basilarmente.

O esforço é grande e o homem é pequeno.
Eu, Diogo Cão, navegador, deixei
Este padrão ao pé do areal moreno
E para diante naveguei.


A alma é divina e a obra é imperfeita.
Este padrão sinala ao vento e aos céus
Que, da obra ousada, é minha a parte feita:
O por-fazer é só com Deus.
E ao imenso e possível oceano
Ensinam estas Quinas, que aqui vês,
Que o mar com fim será grego ou romano:
O mar sem fim é português.
E a Cruz ao alto diz que o que me há na alma
E faz a febre em mim de navegar
Só encontrará de Deus na eterna calma
O porto sempre por achar
.

A tradição tinha ensinado ...que o dever de uma senhora de sociedade é ser graciosa,caricativa,amável, modesta e desinteressada, esperando passivamente a sorte que estas virtudes pudessem trazer. Mas, por outro lado, a experiência tinha-lhe ensinado que a tarefa de uma senhora de sociedade é casar-se , e que as virtudes, com as prendas e a educação, são importantes apenas como iscos para os celibatários disponíveis.

O socialismo , se a raça souber desenvolver a sua faculdade de coordenar as funções de uma sociedade muito numerosa e muito complexa para ser governada mais tempo pelo velho sistema empírico da propriedade privada.

Se a nossa amizade fosse um capítulo de romance...a minha perfídia esmagar-lhe-ia o coração? Eu gozei a sua amizade sem pensar noutra coisa..

Por mim, o meu egoísmo é a superfície da minha dedicação. O meu espírito vive constantemente no estudo e no cuidado da Verdade, e no escrúpulo de deixar quando eu despir a veste que me liga a este mundo, uma obra que sirva o progresso e o bem da Humanidade.
Reconheço que o sentido intelectual que esse Serviço da Humanidade toma em mim, em virtude do meu temperamento, me afasta, muitas vezes, das pequenas manifestações que em geral revelam o espírito humanitário. Os actos de caridade, a dedicação por assim dizer quotidiana são coisas que raras vezes aparecem em mim, embora nada haja em mim que represente a negação delas.
Em todo o caso, reconheço, em justiça para comigo próprio, que não sou mais egoísta que a maioria dos indivíduos, e muito menos o sou que a maioria dos meus colegas nas artes e nas letras. Pareço egoísta àqueles que, por um egoísmo absorvente, exigem a dedicação dos outros como um tributo.


... Que me importam a mim os homens E o que sofrem ou supõem que sofrem? Sejam como eu—não sofrerão. Todo o mal do mundo vem de nos importarmos uns com os outros, Quer para fazer bem, quer para fazer mal. A nossa alma e o céu e a terra bastam-nos.Querer mais é perder isto, e ser infeliz.) Eu no que estava pensando Quando o amigo de gente falava (E isso me comoveu até às lágrimas), Era em como o murmúrio longínquo dos chocalhos A esse entardecer Não parecia os sinos duma capela pequenina A que fossem à missa as flores e os regatos E as almas simples como a minha. (Louvado seja Deus que não sou bom, E tenho o egoísmo natural das flores E dos rios que seguem o seu caminho Preocupados sem o saber Só com o florir e ir correndo...)


A vizinha do número quatorze ria hoje da porta De onde há um mês saiu o enterro do filho pequeno. Ria naturalmente com a alma na cara. Está certo: é a vida. A dor não dura porque a dor não dura. Está certo. Repito: está certo. Mas o meu coração não está certo.
O meu coração romântico faz enigmas do egoísmo da vida. Cá está a lição, ó alma da gente! Se a mãe esquece o filho que saiu dela e morreu, Quem se vai dar ao trabalho de se lembrar de mim? Estou só no mundo, como um peão de cair. Posso morrer como o orvalho seca.
Por uma arte natural de natureza solar, Posso morrer à vontade da deslembrança, Posso morrer como ninguém...Mas isto dói,Isto é indecente para quem tem coração...Isto...Sim, isto fica-me nas goelas como uma sanduíche com lágrimas...Gloria? Amor? O anseio de uma alma humana?Apoteose ás avessas...Dêem-me Agua de Vidago, que eu quero esquecer a Vida!



Há tanto tempo que não sou capaz De escrever um poema extenso!Há anos...Perdi a virtude do desenvolvimento rítmico Em que a ideia e a forma,Numa unidade de corpo com alma,Unanimemente se moviam...Perdi tudo que me fazia consciente De uma certeza qualquer no meu ser...Hoje o que me resta? O sol que está sem que eu o chamasse...O dia que me não custou esforço...Uma brisa, com a festa de uma brisa Que me dão uma consciência do ar...E o egoísmo doméstico de não querer mais nada Mas, ah!, minha Ode Triunfal ,O teu movimento rectilíneo! Ah, minha Ode Marítima A tua estrutura geral em estrofe antiestrofe e epodo! E os meus planos, então, os meus planos —
Esses é que eram as grandes odes. E aquela a última a suprema a impossível.




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