Menina e moça me levaram de casa de meus pais para longes terras; e qual fosse a causa dessa minha levada, era pequena, não na soube. Que causa fosse então daquela minha levada, era ainda pequena, não a soube. Agora não é ponho outra, senão que parece que já então havia de ser o que depois foi.
E dai foi-se para um cabo do terreiro com a sua lança em coxa, e não esteve ele assi muito, que por outra parte doutro pátio que mais dentro se fazia, viu vir um cavaleiro grande, ao parecer de grande esforço, formosamente armado, em um formoso cavalo com a sua lança na mão, e escudo embaraçado a ponto d'haver batalha e chegando onde meu pai estava, dizia ele que com demasiada ira disse encontra a donzela que o ali trouxera, estas palavras: LAUS DEO
As armas e os barões assinalados...
Sem à dita de Aquiles ter enveja.
Que viaje à roda do seu quarto quem está à beira dos Alpes, no Inverno, em Turim, que é quase tão frio como Sampetersburgo — entende-se. Mas com este clima, com este ar que Deus nos deu, onde a laranjeira cresce na horta, e o mato é de murta, o próprio Xavier de Maistre, que aqui escrevesse, ao menos ia até o quintal.
Nos caminhos de ferro dos barões é que eu juro não andar. Escusada é a jura porém. Se as estradas fossem de papel, fá-las-iam, não digo que não. Mas de metal!
Que tenha o Governo juízo, que as faça de pedra, que pode, e viajaremos com muito prazer e com muita utilidade e proveito na nossa boa terra.
13 de Novembro
Ouço sempre o mesmo ruído de morte que devagar rói e persiste...
26 de Novembro
Ouves o grito? ouve-lo mais alto, sempre mais alto e cada vez mais fundo? ... - É preciso matar segunda vez os mortos.
Soares não é poeta. A sua poesia é imperfeita e sem a continuidade que tem na prosa, os seus versos são o lixo da sua prosa, aparas do que escreve a valer.
Sobre as emoções tenho curiosidade. Sobre os factos, quaesquer que venham a ser, não tenho curiosidade alguma.
O gôsto de vaguear de noite, a horas mortas, era agora o mais querido dos prazeres melancólicos.
A chávena escacou-se no chão do mosaico.
- Há uma data na varanda nesta sala - disse Germana - que lembra a época em que a casa se reconstruiu.
Talvez Germa fique de facto imóvel no seu constante, lento ou vertiginoso baloiçar, na casa que fortuitamente habita, e a sua história fique hermeticamente fechada no círculo de aspirações que não conseguiu detalhar e cumprir, porque aconteceu ser cedo ou ser tarde, porque não se compreende ou não se crê o bastante, porque se deseja demasiado e isto é todo o destino, porque...porque...
Aqui o mar acaba e a terra principia.
Aqui , onde o mar se acabou e a terra espera.
O pai agarrou nele e levou-o ao quarto de uma empregada, a mais nova e a mais bonita da casa.
E agora ele foi; deixou-se ir.
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