Não é neccessário vivermos ao lado de alguém para nos sentirmos ligados a esse alguém mais do que a qualquer outra pessoa...
quarta-feira, 1 de abril de 2015
Falar verdade a mentir...
Se tu vens da!... da província não. Não, tu não vens da província, vens da cidade eterna... Virás. Maldição eterna sobre quem o duvidar! Mas vens, vens donde ainda se não sabe a língua das românticas paixões, dos sentimentos copiados do nu da natureza como nós cá a temos na Rua dos Condes, e nos folhetins das folhas públicas, que são o órgão da opinião incomensurável dos séculos. (...) Ah! tu não entendes? Bem, Joaquina, bem. Nem eu: nem ninguém. Por isso mesmo, Joaquina. A moda é esta. Deixa: em tu estando aqui oito dias, ficarás mais perfeita do que eu; porque a tua alma de mulher é feita para compreender o meu coração de homem. E então, vês tu? Oh Joaquina, anjo, mulher, sopro, silfo, demónio! eu amo-te! amo-te, porque...amo-te porque o meu coração está em brasa, e tenho umas veias, e estas veias... têm umas artérias... e estas artérias têm... não têm... as artérias não têm nada; mas batem, batem como os sinos que dobram pelo finado na hora do passamento, que é morrer, morrer, morrer...
Como poderia a sinceridade ser uma condição da amizade? O gosto pela verdade a qualquer preço é uma paixão que nada poupa e a que nada resiste. É um vício, às vezes um conforto, ou um egoísmo. Portanto, se o senhor se encontrar nesse caso, não hesite: prometa ser verdadeiro e minta o melhor que puder.
A mais vil de todas as necessidades — a da confidência, a da confissão. É a necessidade da alma de ser exterior.
Confessa, sim; mas confessa o que não sentes. Livra a tua alma, sim, do peso dos seus segredos, dizendo-os; mas ainda bem que o segredo que dizes, nunca o tinhas dito. Mente a ti próprio antes de dizeres essa verdade. Sê consciente: exprimir seja, para ti, mentir...
And I don’t wanna lie but I don’t wanna tell you the truth...
There's something tragic about you Something so magic about you Don't you agree?
Mas não será o nosso coeficiente de dor suficientemente chocante sem a amplificação ficcional, sem dar às coisas uma intensidade que na vida real é efémera e por vezes até invisível? Para alguns, não. Para outros, poucos, muito poucos, essa amplificação, que se desenvolve hesitante a partir do nada, constitui a única segurança, e a vida não vivida, a vida conjecturada, minuciosamente passada ao papel, é aquela que acaba por ser a mais importante
A derradeira revolução é que a mentira, o acto de contar coisas belas e não verdadeiras, é o propósito exclusivo da arte...
Pensar é a actividade menos saudável do mundo, e as pessoas morrem disso como de qualquer outra doença.
As únicas coisas belas, como alguém disse uma vez, são as coisas que não nos dizem respeito.
Se não podemos ler com gosto o mesmo livro uma e outra vez, então não vale simplesmente a pena lê-lo.
Se um homem for suficientemente desprovido de imaginação para apresentar provas em apoio de uma mentira, também poderia começar por falar logo a verdade.
Im a confident liar ...I wanna believe in everything you believe
E p'ra que fingir? Porquê mentir e remar na dor? Achas que ninguém vê? Também eu queria parar...chorar... cair...para me levantar, para te puxar!Te fazer sorrir, não voltar a cair!..
Talvez tenha sido eu, só eu. Inventar e criar é uma das minhas especialidades. Fiz de nós uma equação, um tratado quase tão perfeito quanto a matemática que me enche os dias.
O seu paradigma de perfeição não é a matemática, mas gostou desta frase ... Inventa, sonha, pensa e, neste espaço irreal, existe-se e existes-la...mesmo que tudo seja mentira.
O teu fantasma ... Não fala, mas sorri. Colado a mim, ainda que não me agarre. Nunca tentei tocar-lhe, coíbo-me, com medo que desapareça...É mais frio do que tu, o teu fantasma, mas, ainda assim, o conforto que me traz imaginar-te, aqui, é tudo o que nestes dias me tem mantido a alma agarrada ao corpo.
Tomei a decisão de fingir que todas as coisas que pensei não são mais verdadeiras do que as ilusões dos meus sonhos. A ilusão é o primeiro de todos os prazeres.
Os nossos dizeres, as nossas acções, todo o nosso ser é mentiroso, e só por meio desse invólucro se pode, por vezes, adivinhar a nossa verdadeira mentalidade, assim como pelas vestes se adivinha a figura do corpo. Antes de mais nada, toda a sociedade exige necessariamente uma acomodação... Cada um só pode ser ele mesmo, inteiramente, apenas pelo tempo em que estiver sozinho. Quem, portanto, não ama a solidão, também não ama a liberdade: apenas quando se está só é que se está livre.
Labels:
arctic_monkeys,
bernardo_soares,
camus,
garrett,
hozier,
mentira,
patrícia_reis,
roth,
shopenhauer,
the_national,
toranja,
verdade,
wilde
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário