Não é neccessário vivermos ao lado de alguém para nos sentirmos ligados a esse alguém mais do que a qualquer outra pessoa...

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Sometimes...Utopiar...

De quem é o olhar Que espreita por meus olhos? Quando penso que vejo, Quem continua vendo Enquanto estou pensando? Por que caminhos seguem, Não os meus tristes passos, Mas a realidade De eu ter passos comigo?

A luminosidade rarefeita permite -lhe entrever um vulto : surge com a névoa e na névoa se dissipa, sem palavras...

Era a limitação das palavras que o torturava, a vaga consciência de que as palavras eram apenas subterfúgios transitórios para as coisas realmente experimentadas.

No recôncavo da praia à beira-mar, entre as selvas e as várzeas da margem, subia da incerteza do abismo nulo a inconstância do desejo aceso.(...) O prestígio das palavras isoladas, ou reunidas segundo um acordo de som, com ressonâncias íntimas e sentidos divergentes no mesmo tempo em que convergem, a pompa das frases postas entre os sentidos das outras, malignidade dos vestígios, esperança dos bosques, e nada mais que a tranquilidade dos tanques entre as quintas da infância dos meus subterfúgios... Assim, entre os muros altos da audácia absurda, nos renques das árvores e nos sobressaltos do que se estiola, outro que não eu ouviria dos lábios tristes a confissão negada a melhores insistências.

Dois, três dias de semelhança de princípio de amor... Tudo isto vale para o esteta pelas sensações que lhe causa. Avançar seria entrar no domínio onde começa o ciúme, o sofrimento, a excitação. Nesta antecâmara da emoção há toda a suavidade do amor sem a sua profundeza — um gozo leve, portanto, aroma vago de desejos, se com isso se perde a grandeza que há na tragédia do amor, repare-se que, para o esteta, as tragédias são coisas interessantes de observar, mas incómodas de sofrer. O próprio cultivo da imaginação é prejudicado pelo da vida.(...) Afinal, isto bem me contentaria, se eu conseguisse persuadir-me que esta teoria não é o que é, um complexo barulho que faço aos ouvidos da minha inteligência, quase para ela não perceber que, no fundo, não há senão a minha timidez, a minha incompetência para a vida.

Reparei então que tantos anos de cansaço estéril haviam transportado até ao íntimo da minha alma um cansaço estéril e profundo. Eu adormecera, e comigo haviam adormecido todos os privilégios da minha alma - os desejos que sonham alto, as emoções que sonham forte, as angústias que sonham ao invés.

A ideia de viajar seduz-me por translação, como se fosse a ideia própria para seduzir alguém que eu não fosse. Toda a vasta visibilidade do mundo me percorre, num movimento de tédio colorido, a imaginação acordada; esboço um desejo como quem já não quer fazer gestos, e o cansaço antecipado das paisagens possíveis aflige-me, como um vento torpe, a flor do coração que estagnou.

Adoramos a perfeição, porque a não podemos ter; repugná-la-íamos se a tivéssemos. O perfeito é o desumano porque o humano é imperfeito. O ódio surdo ao paraíso — o desejo como o da pobre infeliz de [que] houvesse campo no céu. Sim, não são os êxtases do abstracto, nem as maravilhas do absoluto que podem encantar uma alma que sente: são os lares e as encostas dos montes, as ilhas verdes nos mares azuis, os caminhos através de árvores e as largas horas de repouso nas quintas ancestrais, ainda que as nunca tenhamos. Se não houver terra no céu mais vale não haver céu. Seja então tudo o nada e acabe o romance que não tinha enredo.
Para poder obter a perfeição fora precisa uma frieza de fora do homem e não haveria então coração de homem com que amar a própria perfeição. Pasmamos, adorando, da tensão para o perfeito dos grandes artistas. Amamos a sua aproximação do perfeito, porém o amamos porque é só aproximação.


As guerras e as revoluções — há sempre uma ou outra em curso — chegam, na leitura dos seus efeitos, a causar não horror mas tédio. Não é a crueldade de todos aqueles mortos e feridos, o sacrifício de todos os que morrem batendo-se, ou são mortos sem que se batam, que pesa duramente na alma: é a estupidez que sacrifica vidas e haveres a qualquer coisa inevitavelmente inútil. Todos os ideais e todas as ambições são um desvairo de comadres homens. Não há império que valha que por ele se parta uma boneca de criança. Não há ideal que mereça o sacrificio de um comboio de lata. Que império é útil ou que ideal profícuo? Tudo é humanidade, e a humanidade é sempre a mesma — variável mas inaperfeiçoável, oscilante mas improgressiva. Perante o curso inimplorável das coisas, a vida que tivemos sem saber como e perderemos sem saber quando, o jogo de dez mil xadrezes que é a vida em comum e luta, o tédio de contemplar sem utilidade o que se não realiza nunca (...) — que pode fazer o sábio senão pedir o repouso, o não ter que pensar em viver, pois basta ter que viver, um pouco de lugar ao sol e ao ar e ao menos o sonho de que há paz do lado de lá dos montes.

Relembro, com tristeza irónica, uma manifestação de operários, feita não sei com que sinceridade (pois me pesa sempre admitir sinceridade nas coisas colectivas, visto que é o indivíduo, a sós consigo, o único ser que sente). Era um grupo compacto e solto de estúpidos animados, que passou gritando coisas diversas diante do meu indiferentismo de alheio. Tive subitamente náusea. Nem sequer estavam suficientemente sujos. Os que verdadeiramente sofrem não fazem plebe, não formam conjunto. O que sofre sofre só.

A revolução é um sentimento, é uma sensação e uma necessidade de mudança. Estas sensações profundas não têm horário marcado. São espontâneas...É um movimento que nasce de uma vontade individual,de uma insatisfação humana não partilhável,de um instinto solitário que nos leva a queremos,sozinhos,destruir o velho e fazer algo de novo.

Mas como é que se faz uma revolução?... Uma revolução não ´um objecto,não é uma escultura,não é sequer um edifício... Uma revolução é uma coisa que não se vê, que não tem um material.Não é feita de pedra,nem de madeira nem de barro...Uma revolução não ocupa espaço, mesmo depois de ser feita...Uma revolução, por exemplo, altera as leis...É por isso mesmo qu as revoluções são importantes. As revoluções alteram o oxigénio,a atmosfera,em suma,as leis - e isso é que é significativo...Uma revolução não muda de alfabeto.Nas revoluções não se exige passar do nosso alfabet para o alfabeto cirílico, por exemplo...O que se exige é mudar a ordem das letras,a forma como as letras... formam palavras.No fundo queremos uma nova combinação entre palavras...Uma nova combinação entre palavras velhas,entre palavras que já existiam. Como os poetas,eu dira que,se necessário, pegam em dinamite.

Esmagar um corpo é apenas,no fundo, diminuir o volume de um corpo,diminuir o espaço que esse corpo ocupa...Por cada corpo esmagado,portanto,a cidade ganha espaço,metro quadrado. Enfim, até podemos utilizar esse espaço livre para construir espaços verdes...Abrir espaço na cidade através do esmagamento organizado dos diferentes corpos de cidadões que por aí andam,aos caídos,por assim dizer...E, com esse espaço livre,começarmos a dar atenção finalmente às plantas-essas nossas irmãs.

É possível pensar ...em qualquer espaço.Por exemplo: se estiver fechado numa cela de dois metros quadrados não poderá correr cem metros , mas poderá pensar...Se estiver numa sala com um tecto muito baixo,não poderá saltar mas poderá pensar...Pensar é a actividade mais acessível que existe.É necessário pouco espaço e praticamente nenhum material.

- Gostava muito de querer mas não sou capaz.
- ...O quê?
- Esse é outro problema.Esse é um problema bem mais difícil...Eu,de facto, gostava de querer,simplesmente querer,não interessa o quê,gostava de ter vontade de querer algo;
- Entendo. Mas sabe, o meu problema é diferente do problema de Vossa Excelência. Vossa Excelência,diante de um caminho que vira para a direita e um camnho que vira para a esquerda...não vira para lado nenhum. É isso? Snta-se por assim dizer a meio do caminho. É assim?
- Mais ou menos.
- Pois comigo é o inverso: quero ir ao mesmo tempo para os dois lados; tenho duas vontades exactamente opostas excatamente ao mesmo tempo....assim é impossível viver.
- Eu diria que ter duas vontades ao mesmo tempo é o mesmo que não ter vontade nenhuma.Acaba sempre na imobilidade.(...) Portanto a minha não acção é mais sensata: não faço força nem para um lado nem para outro, deixo-me estar.


O que existe em comum entre um desejo, uma revolução e um castelo? São espaços sem espaço...São um querer sem querer...
O espaço está ao contrário… Não me sinto eu no meu mundo... Que estranho! que estranho!

A luz tornara-se de um amarelo exageradamente lento, de um amarelo sujo de lividez. Haviam crescido os intervalos entre as coisas, e os sons, mais espaçados de uma maneira nova, davam-se desligadamente. Quando se ouviam acabavam de repente, como que cortados. O calor, que parecia ter aumentado, parecia estar ele calor, frio. Pela leve frincha das portas encostadas da janela via-se a atitude de exagerada expectativa da única árvore visível. O seu verde era outro. O silêncio entrara-lhe com a cor. Na atmosfera haviam-se fechado pétalas. E na própria composição do espaço uma inter-relação diferente de qualquer coisa como planos havia alterado e quebrado o modo dos sons, das luzes e das cores usarem a extensão...

Não tirei bilhete para a vida, Errei a porta do sentimento, Não houve vontade ou ocasião que eu não perdesse. Hoje não me resta, em vésperas de viagem, Com a mala aberta esperando a arrumação adiada, Sentado na cadeira em companhia com as camisas que não cabem, Hoje não me resta (à parte o incómodo de estar assim sentado) Senão saber isto: Grandes são os desertos, e tudo é deserto. (...)Tenho que arrumar a mala de ser. Tenho que existir a arrumar malas. A cinza do cigarro cai sobre a camisa de cima do monte. Olho para o lado, verifico que estou a dormir. Sei só que tenho que arrumar a mala, E que os desertos são grandes e tudo é deserto(...)

Tenho febre sem sono, e estou vendo sem saber o que vejo. Há grandes planícies tudo à roda, e os rios ao longe, e montanhas... Mas ao mesmo tempo não há nada disto, e estou com o princípio dos deuses e com um grande horror de partir ou ficar, e de onde estar e de que ser. E também este quarto onde te ouço olhar-me é uma coisa que conheço e como que vejo; e todas estas coisas estão juntas, e estão separadas, e nenhuma delas é o que é outra cousa que estou a ver se vejo. Para que me deram um reino que ter se não terei melhor reino que esta hora que estou entre o que não fui e o que não serei?

Na minha terra toda a gente é igual... Cansa tanto olhar para gente!... Nas festas do palácio havia sempre grupos que segredavam do meu silêncio... Eu via-lho nos olhos... Eu ficava a um canto, sempre não vendo aquilo para que olhava... Via sempre coisas diferentes daqueles entre quem eu estava... Nas salas do palácio, os meus olhos estavam nos bosques e a minha ânsia de estender os braços com a frescura das ervas e a macieza das pétalas e a paisagem das fontes... (...) Eu nunca fui feliz... Quando, nas ameias do meu novo castelo, eu olhar debruçado a confusão pequenina do mundo, eu serei feliz completamente... Talvez nem mesmo assim seja feliz... Mas [sei d'alma] que todo o meu encanto seria estar aonde não estou para de lá poder desejar onde estar...

O horizonte está muito longe, muito longe... Ainda assim… não sei... não está... Sinto-o muito mais longe, mas não o vejo muito mais longe... Não sei bem o que vejo ou o que sinto... Talvez que as minhas sensações é que me sintam a mim... Parece-me que as cousas é que me sentem e que eu não existo senão porque as cousas me vêem e me sentem... Era bom se assim fosse... Não sei por que seria bom... Talvez por ser outra cousa...

... As cidades sonhadas é que eram... reais... As cousas são apenas a visão trémula delas reflectidas nas águas do meu olhar... Só o que nunca se tornou real é que existe realmente...

Paro à beira de mim e me debruço... Abismo... E nesse abismo o Universo Com seu Tempo e seu Espaço é um astro e nesse Abismo há outros universos, outras Formas de Ser com outros Tempos, Espaços E outras vidas diversas desta vida...

Há cousas a mais no espaço... Há cousas de mais em cada cousa... Há muito em tudo... Está tudo errado, pra mais... Já vai mudar tudo... O fogo é já de outra cor... Ah... tudo é negro... tudo é negro... tudo é negro outra vez... Há ruídos de grandes quedas; há choques de exércitos na noite... Ninguém sabe se vence... Tropéis de cavalos no longe... Onde está o mundo? Onde está o mundo? onde há cousas? onde há cousas? onde há cousas? (...) Fala-me... Fala-me... Fala-me... De que lado da minha alma é que soa a tua voz?

O Reino ...coincide com uma certa vida livre e despojada que teremos de reencontrar, para podermos enfim renascer. O Exílio, de certo modo, mostra-nos as vias de acesso a essa outra vida, desde que saibamos nele recusar ao mesmo tempo a servidão e a posse.


Hoje, numa época em que se misturam todos os discursos, em que profetas e charlatães usam as mesmas fórmulas com mínimas diferenças, cujo percurso nenhum homem ocupado tem tempo de seguir, num tempo em que as redacções dos jornais são constantemente incomodadas por gente que acha que é um génio, é muito difícil ajuizar do valor de um homem ou de uma ideia. Temos de nos deixar guiar pelo ouvido para podermos perceber se os rumores, os sussurros e o raspar de pés diante da porta da redacção são suficientemente fortes para poderem ser admitidos como voz da polis. A partir desse momento, porém, o génio passa a outra condição. Deixa de ser matéria fútil da crítica literária ou teatral, cujas contradições os leitores que qualquer jornal deseja ter levam tão pouco a sério como a tagarelice de uma criança, para aceder ao estatuto de factos concretos, com todas as consequências que isso tem.
Certos fanáticos insensatos ignoram a necessidade desesperada de idealismo que se esconde por detrás de tal situação. O mundo dos que escrevem porque têm de escrever está cheio de grandes palavras e conceitos que perderam a substância. Os atributos dos grandes homens e das grandes causas sobrevivem ao que quer que seja que lhes deu origem, e é por isso que sobram sempre muitos atributos. Foram criados um dia por algum homem importante para outro homem importante, mas esses homens há muito que morreram, e os conceitos que lhes sobreviveram têm de ser utilizados. Por isso andamos sempre à procura do homem certo para um determinado adjectivo. A «portentosa plenitude» de Shakespeare, a «universalidade» de Goethe, a «profundidade psicológica» de Dostoievski e muitas outras imagens que uma longa tradição literária deixou atrás de si andam às centenas nas cabeças dos que escrevem, e essa sobrelotação de reservas leva-os a dizer hoje que um estratega do ténis é «insondável» ou um poeta em moda «grandioso». É compreensível que se sintam gratos quando conseguem aplicar sem desperdício a sua reserva de palavras. Mas terá sempre de se tratar de um homem cuja importância já é um facto aceite, de maneira a que se compreenda como as palavras se ajustam bem a ele, ainda que não se diga exactamente a que qualidades.


Post scriptum: A paixão exige gritos; o amor, porém satisfaz-se com palavras, enquanto a simpatia pode ser silenciosa.

I lost myself on a cool damp night Gave myself in that misty light Was hypnotized by a strange delight Under a lilac tree I made wine from the lilac tree Put my heart in its recipe It makes me see what I want to see And be what I want to be When I think more than I want to think Do things I never should do I drink much more than I ought to drink Because it brings me back you Lilac wine is sweet and heady, like my love Lilac wine, I feel unsteady, like my love Listen to me... I cannot see clearly Isn't that she coming to me nearly here? Lilac wine is sweet and heady, where's my love? Lilac wine I feel unsteady, where's my love? Listen to me, why is everything so hazy? Isn't that she, or am I just going crazy, dear? Lilac wine, I feel unready for my love...


Acontece-me às vezes, e sempre que acontece e quase de repente, surgir-me no meio das sensações um cansaço tão terrível da vida que não há sequer hipótese de acto com que dominá-lo. Para o remediar o suicídio parece incerto, a morte, mesmo suposta a inconsciência, ainda pouco. É um cansaço que ambiciona, não o deixar de existir — o que pode ser ou pode não ser possível —, mas uma coisa muito mais horrorosa e profunda, o deixar de sequer ter existido, o que não há maneira de poder ser.
Creio entrever, por vezes, nas especulações, em geral confusas, dos índios qualquer coisa desta ambição mais negativa do que o nada. Mas ou lhes falta a agudeza de sensação para relatar assim o que pensam ou lhes falta a acuidade de pensamento para sentir assim o que sentem. O facto é que o que neles entrevejo não vejo. O facto é que me creio o primeiro a entregar a palavras o absurdo sinistro desta sensação sem remédio. E curo-a com o escrevê-la. Sim, não há desolação, se é profunda deveras, desde que não seja puro sentimento, mas nela participe a inteligência, para que não haja o remédio irónico de a dizer. Quando a literatura não tivesse outra utilidade, esta, embora para poucos, teria.
Os males da inteligência, infelizmente, doem menos que os do sentimento, e os do sentimento, infelizmente, menos que os do corpo. Digo «infelizmente» porque a dignidade humana exigiria o avesso. Não há sensação angustiada do mistério que possa doer como o amor, o ciúme, a saudade, que possa sufocar como o medo físico intenso, que possa transformar como a cólera ou a ambição. Mas também nenhuma dor das que esfacelam a alma consegue ser tão realmente dor como a dor de dentes, ou a das cólicas, ou (suponho) a dor de parto.
De tal modo somos constituídos que a inteligência que enobrece certas emoções ou sensações, e as eleva acima das outras, as deprime também se estende a sua análise à comparação entre todas. Escrevo como quem dorme, e toda a minha vida é um recibo por assinar.Dentro da capoeira de onde irá a matar, o galo canta hinos à liberdade porque lhe deram dois poleiros.


O amor que sinto é um labirinto. Nele me perdi com o coração cheio de ter fome do mundo e de ti (sabes o teu nome), sombra necessária de um Sol que não vejo,(...) E porque não minto sou um labirinto.

A literatura que vende, a literatura que agrada, é do tipo documental. O escritor não precisa - nem deve - ficcionar: compra um manual de história ou uma revistinha com consultório sentimental, dá uns retoques subjetivos à informação recolhida e...já está.
Aquilo a que chamam literatura tornou-se um " reality show", disfarçado de romance. A realidade cansa, asfixia, banaliza: só a ficção pacifica e eleva...



"Sometimes the silence is all we know You leave your picture we fall in love When lines are memory we carry on Sometimes the light turns out too bright I love you so Sometimes the fallen is all we know I leave your picture inside the room For I'll remember all we could Sometimes the light turns out too bright I love you so Sometimes it's falling Sometimes it's falling, I'll love you more Sometimes the light turns out to shine With everyon..."


Dá-me a tua mão.

Deixa que a minha solidão
prolongue mais a tua
— para aqui os dois de mãos dadas
nas noites estreladas,
a ver os fantasmas a dançar na lua.

Dá-me a tua mão, companheira,
até o Abismo da Ternura Derradeira.



Cala-te, voz que duvida e me adormece a dizer-me que a vida nunca vale o sonho que se esquece.Cala-te, voz que assevera e insinua que a primavera, a pintar-se de lua nos telhados, só é bela quando se inventa de olhos fechados nas noites de chuva e de tormenta. Cala-te, sedução desta voz que me diz que as flores são imaginação sem raiz. Cala-te, voz maldita que me grita que o sol, a luz e o vento são apenas o meu pensamento enlouquecido… (E sem a minha sombra o chão tem lá sentido!) Mas canta tu, voz desesperada que me excede. E ilumina o Nada com a minha sede.



I know you've given all that you could give to me I know there'll come a day I understand Until then I'll be trying to solve your mystery And wonder why I couldn't make you stay Smiling through denial, my specialty I thought that was a good thing for a while You gave me all your secrets, were you testing me? How could I do anything but smile? Reenact your legendary tragedy Do to me what has been done to you Is that the only point to all this misery Is there any reason I should cry? Heal, it takes time And you gave me all you had I know in time I will believe That I loved you, did you love me? Heal, it takes time And you gave me all you had I know in time I will believe That I loved you, did you love me? You loved me.

E agora aqui estou a ouvir
A melodia sem contorno
Deste acaso de existir
-onde só procuro a Beleza
para me iludir
dum destino.




Well I have been searching all of my days All of my days Many a road, you know I've been walking on All of my days And I've been trying to find What's been in my mind As the days keep turning into night

Sem comentários: