Talvez nosso verdadeiro destino seja o de sermos eternamente andantes, olhando pesarosamente para trás e ansiosamente para frente, perpetuamente desejando repouso, e nunca capaz de achar descanso.- Zveig
A arte é a objectivação do sentimento.
as águas do mar agitam-se
mas o voo da ave
é sempre sereno
Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim.
A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho.
voando
subiu, subiu
para lá das nuvens
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim.
olhando céu
sigo o voo da ave
para chegar a mim
De todos os cantos do Mundo
Amo com um amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua
Onde me uni ao mar, ao vento e à lua.
"a água está muito fria
e a gaivota
não consegue adormecer"
Tudo era claro:
céu, lábios, areias.
espuma branca
fecho os olhos
posso repousar
o mar estava perto,
fremente de espumas.
vida simples
olhar a noite
e ouvir a canção do mar
ondas do mar salgado
se viste o meu amado
ay, deus, se verrá cedo
Corpos ou ondas:
iam, vinham, iam,
dóceis, leves - só
alma e brancura.
tempestade de flocos de espuma
o fotógrafo
é o primeiro a vê-la
Felizes, cantam;
serenos, dormem;
despertos, amam,
exaltam o silêncio.
para sentir esta beleza
tive de andar quilómetros
debaixo do céu
maré baixa
no palácio do dragão -
hoje tudo vai secar
o artista entristece
ao ver a espuma
perder-se no mar...
Tudo era claro,
jovem, alado.
cabelos tão feios
tão longos
ó desgrenhado mar
A terra o sol o vento o mar
São a minha biografia e são meu rosto
o vento abate-se sobre o mar
toda a noite o ouço
cair na minha alma
gritos das ondas
dentro da noite-
a tristeza
Mesmo que eu morra o poema encontrará
Uma praia onde quebrar as suas ondas
aroma intenso -
luz trémula sobre o mar
captada pelo vigilante noturno
assustando as ondas
a lua desta noite
não para de brilhar
Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade.
ao meu ouvido
sobre uma almofada de espuma
chega o som do mar
as ondas do mar dourado
cheiram a saké -
esta noite vai estar lua cheia
O mar estava perto
puríssimo, doirado.
Quando eu morrer voltarei para buscar
Os instantes que não vivi junto do mar
Longos raios de frio correm sobre o mar
Em silêncio ergueram-se as paisagens
E eu toco a solidão como uma pedra.
Mar, metade da minha alma é feita de maresia
Pois é pela mesma inquietação e nostalgia,
Que há no vasto clamor da maré cheia,
Que nunca nenhum bem me satisfez.
este mar agitado
é parecido
com o coração do poeta
durante a noite
a música do mar
lembra uma prece antiga
coberta de espuma
a onda absorta
é uma prece cristã
numa noite de maio
uma onda de neve
cobre as ondas do mar
As ondas quebravam uma a uma
Eu estava só com a areia e com a espuma
Do mar que cantava só para mim
Rosto perdido
Que amargos ventos de secura em si sepultam
E que as ondas do mar puríssimas lamentam.
a espuma do mar
evoca
a neve da vida
a espuma agita-se
e as ondas
cantam para mim
E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia
Mais fortes se levantam outra vez,
Que após cada queda caminho para a vida,
Por uma nova ilusão entontecida.
espuma branca -
o grande sonho
do mar em maio
E se vou dizendo aos astros o meu mal
É porque também tu revoltado e teatral
Fazes soar a tua dor pelas alturas.
Um dia serei eu o mar e a areia,
A tudo quanto existe me hei-de unir,
E o meu sangue arrasta em cada veia
Esse abraço que um dia se há-de abrir.
chega o vento frio
e adormece
numa onda abandonada
suave espuma
sobre ondas sem nome
a certeza de ser mar
E se antes de tudo odeio e fujo
O que é impuro, profano e sujo,
É só porque as tuas ondas são puras.
em pose
a espuma
não olha para o mar
Iremos juntos sozinhos pela areia
Embalados no dia
Colhendo as algas roxas e os corais
Que na praia deixou a maré cheia
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