Tinha um barco lindo que pela água ia,Como nuvem branda pelo brando céu...
Leve eu ao menos, para o imenso possível do abismo de tudo, a glória da minha desilusão como se fosse a de um grande sonho, o esplendor de não crer como um pendão de derrota — pendão contudo nas mãos débeis, mas pendão arrastado entre a lama e o sangue dos fracos... mas erguido ao alto, ao sumirmo-nos nas areias movediças, ninguém sabe se como protesto, se como desafio, se como gesto de desespero... Ninguém sabe, porque ninguém sabe nada, e as areias engolfam os que têm pendões como os que não têm... E as areias cobrem tudo, a minha vida, a minha prosa, a minha eternidade. Levo comigo a consciência da derrota como um pendão de vitória.
Sou um homem para quem o mundo exterior é uma realidade interior. Sinto isto não metafisicamente, mas com os sentidos usuais com que colhemos a realidade. Parecerá a muitos que este meu diário, feito para mim, é artificial de mais. Mas é de meu natural ser artificial. Com que hei-de eu entreter-me, depois, senão com escrever cuidadosamente estes apontamentos espirituais! De resto, não cuidadosamente os escrevo. É, mesmo, sem cuidado limador que os agrupo. Penso naturalmente nesta minha linguagem requintada. A nossa frivolidade de ontem é hoje uma saudade (constante) que me rói a vida. Há claustros na hora. Entardeceu nas esquivanças. Nos olhos azuis dos tanques um último desespero reflecte a morte do sol. Nós éramos tanta coisa dos parques antigos; de tão voluptuoso modo estávamos incorporados na presença das estátuas, no talhado inglês das áleas. Os vestidos, os espadins, as perruques, os meneios e os cortejos pertenciam tanto à substância de que o nosso espírito era feito! Nós quem? O repuxo apenas, no jardim deserto, água alada, onda já menos alta no seu acto triste de querer voar.
27.8.2014
Apontamento
A minha alma partiu-se como um vaso vazio. Caiu pela escada excessivamente abaixo. Caiu das mãos da criada descuidada.
Caiu, fez-se em mais pedaços do que havia loiça no vaso. Asneira? Impossível? Sei lá! Tenho mais sensações do que tinha quando me sentia eu. Sou um espalhamento de cacos sobre um capacho por sacudir.Fiz barulho na queda como um vaso que se partia. Os deuses que há debruçam-se do parapeito da escada. E fitam os cacos que a criada deles fez de mim. Não se zanguem com ela.São tolerantes com ela. O que era eu um vaso vazio? Olham os cacos absurdamente conscientes, Mas conscientes de si mesmos, não conscientes deles. Olham e sorriem. Sorriem tolerantes à criada involuntária. Alastra a grande escadaria atapetada de estrelas. Um caco brilha, virado do exterior lustroso, entre os astros.A minha obra? A minha alma principal? A minha vida? Um caco. E os deuses olham-no especialmente, pois não sabem por que ficou ali.
Despondency
Deixá-la ir, a alma lastimosa, Que perdeu fé e paz e confiança, À morte queda, à morte silenciosa... Deixá-la ir, a nota desprendida
D'um canto extremo... e a última esperança... E a vida... e o amor... Deixá-la ir, a vida! Decidi mudar o título deste poema de antero para desapontamento...Deixá-la ir...
The show is over now Our song is dying This is the end my friend There isn't any more You played the part so well There's no denying...
Álvaro e Alexandre...
Este texto, datado de 1420, manuscrito por niccolò de niccoli, está na origem da letra cursiva, que se virá a designar "itálica", devido a o seu autor ser italiano...Na imprensa, este tipo de letra inclinada foi usado, pela primeira vez, por aldus manutius, em 1501, numa edição de Vergílio...
Casos em que se deve usar a letra cursiva: enfatizar ou marcar um contraste num texto; títulos de livros, filmes, álbuns musicais...; estrangeirismos; citação de palavras; nomes de navios, aeronaves, mísseis e satélites criados pelo homem; nomes zoológicos...
A vida em itálico até combina comigo...Apraz-me, especialmente, o facto de, num texto literário, o itálico poder ser a regra e a letra normal, a exceção...
You’re on the other side as our voices die but I’ve never felt more alive... Looked in your eyes, said the saddest goodbye ...It should be easy, but it's hard to leave
21.8.1986 Morre alexandre o'neill.
Ah o medo vai ter tudo tudo (Penso no que o medo vai ter e tenho medo que é justamente o que o medo quer)
Há palavras que nos beijam Como se tivessem boca. Palavras de amor, de esperança, De imenso amor, de esperança louca.Palavras nuas que beijas Quando a noite perde o rosto; Palavras que se recusam Aos muros do teu desgosto. (O nome de quem se ama Letra a letra revelado No mármore distraído No papel abandonado)
O amor é o amor — e depois?! Vamos ficar os dois a imaginar, a imaginar?...
O quotidiano "não" Estamos todos bem servidos de solidão. De manhã a recolhemos do saco, em lugar de pão.Pão é claro que temos
(não sou exageradão) mas esta imagem do saco contendo um pequeno «não» não figura nesta prosa assim do pé para a mão, pois o saco utilizado, que pode ser o do pão...
Recordo-te E és a mesma Ternura quase impossível De suportar Por isso fecho os olhos (O amor faz-me recuperar incessantemente o poder da provocação. É assim que te faço arder triunfalmente onde e quando quero. Basta-me fechar os olhos) Por isso fecho os olhos E convido a noite para a minha cama Convido-a a tornar-se tocante Familiar concreta Como um corpo decifrado de mulher E sob a forma desejada A noite deita-se comigo E é a tua ausência Nua nos meus braços
antero, camus, garcía_lorca, gedeão, nuno_júdice, o'neill, primo_de_rivera, sá_carneiro, santo_agostinho, thomas_ mann, torga,
Apontamentos e Confissões..
Experimento um grito Contra o teu silêncio Experimento um silêncio Entro e saio De mãos pálidas nos bolsos...
Nesta curva tão terna e lancinante que vai ser que já é o teu desaparecimento digo-te adeus e como um adolescente tropeço de ternura por ti...
A "vidinha" está aqui retratada[...] Alexandre O’Neill estava terrivelmente atento ao uso do português, à angústia da bicha do autocarro, ao excesso de culpa que deve ser redimido por um excesso de emoção. [...] detestava a beatice do antigamente, o desleixo dos engajados e o surrealismo tornado maneirismo. [...] E é toda uma tristeza contentinha, umas vezes divertida e outras obcecada com o absurdo dos trabalhos e a passagem dos dias.
O título ,encontrado numa nota manuscrita, datável de 1981, é a última ironia do autor...
Pedro mexia, que tão bem surpreende a peculiaridade de o'neill, é o mesmo que se delicia com a poesia de uma jovem matide...
Só os animais, as crianças, os idosos e outros seres dependentes,sofrem com a nossa ausência.Pensar que, quando morrermos, alguém vai sentir a nossa falta, é uma mera ilusão - que todos acalentamos, com a esperança vã de que poderemos ser importantes.
Quem vai ler os Meus livros? Quem vai contemplar os Meus quadros? Quem, além da gata, lamentará que eu já não lhe abra a porta?
Gosto dos cães com uma muito velha e fiel ternura. Gosto deles porque perdoam sempre.
Comove a doçura do olhar de um cão, mas irrita que sejam tão submissos. PrefIRO a rebeldia irreverente dos gatos. Além disso, não há gatos polícias...
20.8.2014
Nova corrida, nova viagem: mais um santo; mais um feriadito; mais uma feira; mais gente amontoada, animada, entusiasmada e outros particípios em -ada; mais música, farturas, copos de tinto e "bejecas"; mais foguetes, mais... Terra de pacóvios que se satisfazem com pouco, com tão pouco.Nem o pão exigem, basta-lhes o circo...
uou uou uou uou !!
I'm looking for a trap door trigger to drop me out of your view...
Ninguém mereceria mais iniciar esta house of nonsense do que federico garcía lorca...
Como foi morto? Quando e onde está o seu corpo? O que lhe teria acontecido? Quem estaria envolvido? Não saber as respostas a estas questões é permitir uma especulação que torna lorca um mero joguete de interesses partidários, é condená-lo a ser ignorado.
Nada mais terrível do que o silêncio...Nada mais fácil do que proferir,com tom assertivo, verdades tidas como inquestionáveis: "é fuzilado pelas forças nacionalistas do ditador Franco"; "es detenido y fusilado por sus ideas liberales."; " é detido por ser mais perigoso com a caneta do que outros com o revólver."
Sad songs for dirty lovers...
Tenho medo de perder a maravilha dos teus olhos de estátua e aquele acento que de noite me imprime em plena face do teu alento a solitária rosa...Se és o meu tesouro que oculto tenho, se és a minha cruz e a minha dor molhada, se do teu senhorio sou o cão, não me deixes perder o que ganhei e as águas decora do teu rio com as folhas do meu outono esquivo.
Tudo é encruzilhada!... Vejo-me pelos ocasos, e um formigueiro de gente anda pelo meu coração...
Sinto que nas minhas veias arde sangue, chama vermelha que vai cozendo as minhas paixões no coração.
A noite não quer vir para que tu não venhas, nem eu possa ir... O dia não quer vir para que tu não venhas, nem eu possa ir... Nem a noite nem o dia querem vir para que por ti morra e tu morras por mim.
Amor de mis entrañas, viva muerte, en vano espero tu palabra escrita y pienso, con la flor que se marchita, que si vivo sin mí quiero perderte...
A intromissão de ofélia na vida de fernando ( ela não é um mero heterónimo, perfeitamente manipulável, mas um ser real, com opiniões e desejos) começa a ser sentida como uma invasão à sua intimidade, que ele não sabe, não consegue ou não quer integrar...
Mas não fazes ideia Fernandinho as saudades imensas que de ti tenho tido e tenho! Supõe por ti, amor, tenho estado hoje verdadeiramente doente, triste por te não ver, e ralada com coisas que soube, enfim o que se resume de tudo isto é que eu não tenho o direito de andar bem disposta, não mereço gozar felicidade alguma! Serei tão má para que mereça tanto? Hei-de ter sempre de que me ralar, mas sempre. Ao menos resta-me a esperança em ti, em ser feliz contigo, e ter alegria no futuro.
Amar obriga a integrar o outro na nossa personalidade? Amar implica invasão da intimidade? Será inevitável? Talvez...
( Não confundir amor invasivo com amor abrasivo: este destrói a personalidade e a intimidade; arrasa o corpo e a alma...é a satisfação animalesca da "besta sadia, cadáver adiado que procria"...)
I need to, I need to, I need to I need to make you see...
(Foi por causa de lorca que escolhi o nome do meu filho... Teve sorte, livrou-se de ser fernando.)
De um e outro lado do que sou, da luz e da obscuridade, do ouro e do pó, ouço pedirem-me que escolha; e deixe para trás a inquietação, a dor, um peso de não sei que ansiedade. Mas levo comigo tudo o que recuso. Sinto colar-se-me às costas um resto de noite; e não sei voltar-me para a frente, onde amanhece
Confissão...
Me confesso de ser eu.
Eu, tal e qual como vim
Para dizer que sou eu
Aqui, diante de mim!
Cumpridos dez anos de prisão por um crime que não pratiquei e do qual, no entanto, nunca me defendi, morto para a vida e para os sonhos: nada podendo já esperar e coisa alguma desejando – eu venho fazer enfim a minha confissão: isto é, demonstrar a minha inocência.
Por 1895, não sei bem como, achei-me a estudar Direito na Faculdade de Paris, ou melhor, a não estudar. Vagabundo da minha mocidade, após ter tentado vários fins para a minha vida e de todos igualmente desistido - sedento de Europa, resolvera transportar-me à grande capital. Logo me embrenhei por meios mais ou menos artísticos, e Gervásio Vila-Nova, que eu mal conhecia de Lisboa, volveu-se-me o companheiro de todas as horas. Curiosa personalidade essa de grande artista falido, ou antes, predestinado para a falência.
Como eu no fundo abominava essa gente- os artistas. Isto é, os falsos artistas cuja obra se encerra nas suas atitudes, que falam petulantemente, que se mostram complicados de sentidos e de apetites, artificiais, irritantes, intoleráveis. Enfim, que são os exploradores da arte apenas no que ela tem de falso e de exterior.
Eu não sei ter afetos. Os meus amores foram sempre ternuras… Nunca poderia amar uma mulher pela alma – isto é: por ela própria. Só a adoraria pelos enternecimentos que a sua gentileza me despertasse...Para mim, o que pode haver de sensível no amor, é uma saia branca a sacudir o ar, um laço de cetim que mãos esguias enastram, uma cintura que se verga uma madeixa perdida que o vento desfez, uma canção ciciada em lábios de ouro e de vinte anos, a flor que a boca de uma mulher trincou... Não, nem é sequer a formosura que me impressiona. É outra coisa mais vaga – imponderável, translúcida: a gentileza.(…) não sou eu nunca que possuo as minhas amantes; elas é que me possuem…
As minhas conversas com Ricardo — pormenor interessante — foram logo, desde o início, bem mais conversas de alma, do que simples conversas de intelectuais. Pela primeira vez eu encontrara efetivamente alguém que sabia descer um pouco aos recantos ignorados do meu espírito — os mais sensíveis, os mais dolorosos para mim. E com ele o mesmo acontecera — havia de mo contar mais tarde. Não éramos felizes — oh! não As nossas vidas passavam torturadas de ânsias, e incompreensões, de agonias de sombra… Subíramos mais alto: delirávamos sobre a vida. Podíamo-nos embriagar de orgulho, se quiséssemos — mas sofríamos tanto… tanto… O nosso único refúgio era nas nossas obras.
Assim nós éramos obscuramente dois,nenhum de nós sabendo bem se o outro que não era ele próprio,se o incerto outro viveria.
Pela primeira vez eu encontrara efetivamente alguém que sabia descer um pouco aos recantos ignorados do meu espírito...mas só poderia ser amigo de uma criatura do meu sexo, se essa criatura ou eu mudássemos de sexo... Foi como se a minha alma ,sendo sexualizada, se materializasse para te possuir. Uma ternura traz sempre consigo um desejo de acariciar: um desejo de beijar... de estreitar... Enfim: de possuir! - teria de possuir, quem eu estimasse, ou mulher ou homem.
É que, em realidade, as horas não podem mais ter ação sobre aqueles que viveram um instante que focou toda a sua vida. Atingido o sofrimento máximo, nada já nos faz sofrer. Vibradas as sensações máximas, nada já nos fará oscilar. Simplesmente, este momento culminante raras são as criaturas que o vivem. As que o viveram ou são, como eu, os mortos-vivos, ou – apenas – os desencantados que, muitas vezes, acabam no suicídio.
E a minha vida, livre de estranhezas, é no entanto uma vida bizarra – mas de uma bizarria às avessas. Com efeito a sua singularidade encerra-se, não em conter elementos que se não encontram nas vidas normais – mas sim em não conter nenhum dos elementos comuns a todas as vidas.
Uma história, feita de palavras, que conta o que nunca poderá ser definido por palavras. Neste insólito triângulo amoroso, marta é um símbolo da ligação do corpo de lúcio com a alma de ricardo: Marta é uma metáfora do oiro, da alma e da literatura. Graças a ela, encontram os dois o contentamento espiritual, embora de modo efémero, porque a ânsia de criar chega ao fim.
E não era desobediente para me ocupar de coisas melhores, mas por amor ao jogo; buscava nos combates orgulhosas vitórias; deleitava-me com histórias frívolas, com as quais incentivava sempre mais a minha curiosidade. Igualmente curiosos,os meus olhos abriam-se sempre mais para os jogos e espetáculos dos adultos, jogos que dão tão grande dignidade a quem os oferece, que quase todos desejam as mesmas dignidades para seus filhos. Contudo, gostam de os castigar se com tais espetáculos fogem dos estudos, por meio dos quais desejam que eles venham um dia a oferecer espetáculos semelhantes. Senhor, olha misericordiosamente para essas coisas, e livra-nos delas a nós que já te invocamos; mas livra também aos que ainda não te invocam, a fim de que te invoquem, e sejam igualmente libertado
Porque odiava eu as letras gregas, que me ensinavam quando eu era criança? Não o sei, e nem agora o posso explicar. Em compensação, as letras latinas apaixonavam-me, não as ensinadas pelos professores primários, mas as que são explicadas pelos chamados gramáticos, porque aquelas primeiras, com as quais se aprende a ler, a escrever e a contar, não me foram menos pesadas e insuportáveis que as gregas. Mas donde podia proceder essa aversão, senão do pecado e da vaidade da vida, porque eu era carne e vento que caminha e não volta? Aquelas primeiras letras, pelas quais podia, como ainda faço, chegar e ler tudo o que há escrito e a escrever tudo o que quero, eram melhores e mais úteis que aquelas outras nas quais me obrigavam a decorar os erros de um tal Eneias, esquecido dos meus, e a chorar a morte de Dido, que se suicidou por amor, enquanto isso, eu, miserabilíssimo, suportava a minha própria morte com olhos enxutos, morrendo para ti, ó meu Deus, minha vida!
Por aqui se evidencia claramente que, para instruir, tem mais eficácia e curiosidade livre do que a necessidade inspirada pelo medo. Contudo, os excessos da curiosidade encontram nessa violência um freio segundo tuas leis, ó Deus; que desde as palmatórias dos mestres até os tormentos dos mártires sabem dosar suas salutares amarguras, que nos reconduzem a ti do seio do pernicioso deleite que de ti nos apartara.
A felicidade só se pode encontrar nos pólos extremos das relações humanas — onde as palavras não existem ainda ou onde já não existem — no olhar e nos abraços. Só lá se situam o incondicional, a liberdade, o mistério e o entusiasmo irreprimível.
Tudo o que existe no intervalo, como contacto e relações sociais, é tíbio e fraco, determinado, condicionado e limitado pelo formalismo e pela tradição burguesa. A palavra, aí torna-se senhora — a palavra, essa intermediária baça e fria primeiro produto duma civilização domesticada e moderada, e tão totalmente estranha à ardente e muda esfera da natureza que cada vocábulo é, de qualquer maneira, uma frase por si e em si.Digo isto eu, que, contudo, tento modelar a história da minha vida e ponho todo o cuidado possível em dar-lhe uma expressão literária. Entretanto, o meu elemento não é a comunicação verbal, porque o que me interessa verdadeiramente se afasta dela. Sinto-me ligado, de preferência, às regiões mais extremas e silenciosas das relações humanas. Em primeiro lugar, àquelas em que a estranheza e a ausência de qualquer relação burguesa mantêm ainda um estado primitivo, onde os olhares se casam irresponsáveis, numa sonhadora impudicícia. Por fim, a outra esfera, aquela em que a união, a intimidade, levadas até ao paroxismo, restabelecem, da maneira mais perfeita, esse estado mudo e primitivo.
As personagens de thomas mann, apesar de tudo, vivem na realidade; no caso do conto/ novela de sá-carneiro, pairam seres, penetrados por uma tal quantidade de metáforas e de símbolos, que oscilam entre o mundo real e o irreal, de modo que nunca temos a certeza onde se encontram e duvidamos se, realmente, existem..
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