A saudade é um sentimento natural mas não tem sentido nenhum.
Terceiro domingo do mês, em alcobaça, é dia de feira de velharias.
Raramente, vou, mas hoje apeteceu-me e, depois de cumprimentar e ser cumprimentada vezes sem conta, depois de sorrir e sorrir e sorrir, acabei por comprar esta edição ilustrada de Os Lusíadas...Gostei do vendedor, senti-lhe ansiedade perante a iminência da venda, custou-me desiludi-lo e fechámos negócio.
Sinto o tempo com uma dor enorme. É sempre com uma comoção exagerada que abandono qualquer coisa. O pobre quarto alugado onde passei uns meses, a mesa do hotel de província onde passei seis dias, a própria triste sala de espera da estação de caminho de ferro onde gastei duas horas à espera do comboio — sim, mas as coisas boas da vida, quando as abandono e penso, com toda a sensibilidade dos meus nervos, que nunca mais as verei e as terei, pelo menos naquele preciso e exacto momento, doem-me metafisicamente. Abre-se-me um abismo na alma e um sopro frio(...) roça-me pela face lívida. O tempo! O passado! Aí algo, uma voz, um canto, um perfume ocasional levanta em minha alma o pano de boca das minhas recordações... Aquilo que fui e nunca mais serei! Aquilo que tive, e não tornarei a ter! Os mortos! Os mortos que me amaram na minha infância. Quando os evoco toda a alma me esfria e eu sinto-me desterrado de corações, sozinho na noite de mim próprio, chorando como um mendigo o silêncio fechado de todas as portas.
Tudo se me evapora. A minha vida inteira, as minhas recordações, a minha imaginação e o que contém, a minha personalidade, tudo se me evapora. Continuamente sinto que fui outro, que senti outro, que pensei outro. Aquilo a que assisto é um espectáculo com outro cenário. E aquilo a que assisto sou eu. Encontro às vezes, na confusão vulgar das minhas gavetas literárias, papéis escritos por mim há dez anos, há quinze anos, há mais anos talvez. E muitos deles me parecem de um estranho; desreconheço-me neles. Houve quem os escrevesse, e fui eu. Senti-os eu, mas foi como em outra vida, de que houvesse agora despertado como de um sono alheio. É frequente eu encontrar coisas escritas por mim quando ainda muito jovem — trechos dos dezassete anos, trechos dos vinte anos. E alguns têm um poder de expressão que me não lembro de poder ter tido nessa altura da vida. Há em certas frases, em vários períodos, de coisas escritas a poucos passos da minha adolescência, que me parecem produto de tal qual sou agora, educado por anos e por coisas. Reconheço que sou o mesmo que era. E, tendo sentido que estou hoje num progresso grande do que fui, pergunto onde está o progresso se então era o mesmo que hoje sou. Há nisto um mistério que me desvirtua e me oprime.
Ainda há dias sofri uma impressão espantosa com um breve escrito do meu passado. Lembro-me perfeitamente de que o meu escrúpulo, pelo menos relativo, pela linguagem data de há poucos anos. Encontrei numa gaveta um escrito meu, muito mais antigo, em que esse mesmo escrúpulo estava fortemente acentuado. Não me compreendi no passado positivamente. Como avancei para o que já era? Como me conheci hoje o que me desconheci ontem? E tudo se me confunde num labirinto onde, comigo, me extravio de mim. Devaneio com o pensamento, e estou certo que isto que escrevo já o escrevi. Recordo. E pergunto ao que em mim presume de ser se não haverá no platonismo das sensações outra anamnese mais inclinada, outra recordação de uma vida anterior que seja apenas desta vida... Quantos sou? Quem é eu? O que é este intervalo que há entre mim e mim?
Devaneio com o pensamento, e estou certo que isto que escrevo já o escrevi. Recordo. E pergunto ao que em mim presume de ser se não haverá no platonismo das sensações outra anamnese mais inclinada, outra recordação de uma vida anterior que seja apenas desta vida...
Como quem visita um lugar onde passou a juventude, consigo, com um cigarro barato, regressar inteiro ao lugar da minha vida em que era meu uso fumá-lo. E através do sabor leve do fumo todo o passado revive-me. Outras vezes será um certo doce. Um simples bombom de chocolate escangalha-me às vezes os nervos com o excesso de recordações que os estremece. A infância! E entre os meus dentes que se cravam na massa escura e macia, trinco e gosto as minhas humildes felicidades de companheiro alegre do soldado de chumbo, de cavaleiro congruente com a cana casual meu cavalo. Sobem-me as lágrimas aos olhos e junto com o sabor do chocolate mistura-se ao meu sabor a minha felicidade passada, a minha infância ida e pertenço voluptuosamente à suavidade da minha dor. Nem por simples é menos solene este meu ritual do paladar. Mas é o fumo do cigarro o que mais espiritualmente me reconstroi momentos passados. Ele apenas roça a minha consciência de ter paladar. Por isso mais [...] me evoca as horas que morri, mais longínquas as faz presentes, mais nevoentas quando me envolvem, mais etéreas quando as corporizo. Um cigarro mentolado, um charuto barato toldam de suavidade alguns meus momentos. Com que subtil plausibilidade de sabor-aroma reergo os cenários mortos e empresto outra vez as [...] de um passado, tão século dezoito sempre pelo afastamento malicioso e cansado, tão medievais sempre pelo inevitavelmente perdido.
Havia muito tempo que eu não via o Dr. Abílio Quaresma. Neste rodopio e vaivém da vida, que nos torna desleixados por pressa e amnésicos por ter vivido de mais, eu podia confessar a mim próprio — embora com vergonha o fizesse — que já Quaresma há muito me não entrava nas recordações das pessoas conhecidas. Dir-se-ia que estava há muito morto.(...) Tudo nele trazia consigo a ideia de uma decadência. A idade não o justificava. Por boas contas, Quaresma não pode ter mais de quarenta anos. Após a minha exclamação de alegria, e o vago gesto com que ele me correspondeu, soube que aquela estranha vida decorria sempre igual, sempre no mesmo quarto alugado no mesmo terceiro andar da mesma Rua dos Fanqueiros. Como dantes, mas mais apertadamente, Quaresma vivia isolado, fumando e meditando. Tinha passado já para ele a sua grande época, que, aliás, nunca foi grande, em que ele foi, no seu género, o maior raciocinador investigador que creio possível existir, embora nenhuma glória aurisse da sua tarefa de amador mestre. Já ninguém lhe ia propor aqueles problemas que outrora o haviam tornado grande para quem observava a solução desses problemas. O seu isolamento era agora absoluto. A sua índole, naturalmente triste, radicara em triste. O desleixo habitual do traje piorara, o descuido geral do gesto e da atitude tornara-se absoluto. (...) Perguntei a Quaresma por que se interessava agora, e ele disse-me que já tinha descido ao nível de decifrador de problemas de xadrez, procurando apenas torná-los interessantes decifrando-os, não como jogador, mas como raciocinador, isto é, arrancando a solução do problema à determinação indutiva de qual o tipo psicológico do inventor do problema, tanto em absoluto, como no momento em que construiu o problema de que se tratasse. Era sempre o mesmo Quaresma, porém quantum mutatus ab ilio!
— Pouco tenho aplicado o espírito agora aos problemas da vida real, e por isso por força que alguma coisa perdi da técnica do raciocínio aplicado à realidade. A concentração intensa sobre um assunto torna o espírito rapidamente inapto para a concentração intensa sobre outro assunto, mesmo que lhe seja, de ordinário, mais familiar e acessível. Como lhe disse, não tenho feito agora senão decifrar, por meio de raciocínio, problemas de xadrez; embora, decifrando-os assim por meio de raciocínio, não me separe tanto da realidade como se os decifrasse por aplicação ao jogo propriamente tal, em todo o caso a constante identidade do assunto de raciocínio torna inapto o espírito a uma aplicação diversa. Além disso, neste caso do assassínio do Presidente, a base de factos é insuficiente para um trabalho capaz da indução. Se me tivesse sido entregue a investigação do caso, eu não partiria a raciocinar senão depois de acumular mais um ou dois pequenos factos.
O dr. Abílio Quaresma recordou-me um amigo, já desaparecido, interessante, apesar da sua inexistência ( Aliás, talvez fosse interessante por causa da sua inexistência) ...Há , entre os dois , uma similitude contrastiva que me cativa. Que fenómeno estranho: uma inexistência, ao desaparecer, passou a ser mais existente do que quando existia.
- Ai flores, ai flores do verde pino,se sabedes novas do meu amigo Ai Deus, e u é? Que soidade de mia senhor hei quando me nembra dela qual a vi,e que me nembra que bem a oí falar...
Senhora, partem tão tristes Meus olhos por vós, meu bem,Que nunca tão tristes vistes Outros nenhum por ninguém.Tão tristes e tão saudosos,Tão doentes da partida,Tão cansados e chorosos,Da morte mais desejosos Cem mil vezes que da vida. Alegres campos, verdes arvoredos,Semearei em vós lembranças tristes,Regar-vos-ei com lágrimas saudosas, E nascerão saudades de meu bem.
Temo que a minha ausência e desventura Vão na tua alma, docemente acesa , Apoucando os excessos da firmeza. Rebatendo os assaltos da ternura... Era um sonho talvez – foi um sonho– Oh! que doce era aquele sonhar Eu não sei, não me lembra: o passado, A outra vida que dantes vivi Em que paz tão serena a dormi!Quem me veio, ai de mim! despertar?
Neste momento vem-me uma vaga saudade E um vago desejo plácido Que aparece e desaparece.Também às vezes, à flor dos ribeiros Formam-se bolhas na água Que nascem e se desmancham. E não têm sentido nenhum Salvo serem bolhas de água Que nascem e se desmancham. Mas tu és de todos os ausentes o ausente Nem o teu ombro me apoia nem a tua mão me toca O meu coração desce as escadas do tempo em que não moras E o teu encontro São planícies e planícies de silêncioSaudade até que é bom. É melhor que caminhar vazio...Você é a saudade que eu gosto de ter Só assim sinto você bem perto de mim.
Dezasseis anos, talvez. Vejo-a, no café, cada manhã, A folhear, atenta, um compêndio de inglês, Com um perfume a Escola e a maçã. Não me canso de a olhar. Às vezes, olha (Um velho!), num desvio de atenção, E logo volta a folha, Enquanto molha o bolo no «galão». Eu saio, com pesar, bebida a «bica». Ela é a minha manhã, Tão natural, tão clara... que ali fica. - Que saudades da Escola! Que fome de maçã!
Detesto quando me dispara a mola saudosista: surge uma insistente é incómoda necessidade de comunicar e o refúgio na poesia, em palavras que, afinal, são minhas. Sinto-me um senhor josé medroso, frágil, indeciso à procura de uma mulher desconhecida no labirinto da existência...Se calhar a ideia do teto não é absurda, ele talvez tenha razão: Que não tinhas nenhum motivo para ir à procura dessa mulher, a não ser, A não ser, quê, A não ser o amor.
Preparativos de viagem
Ao fazer a mala, tenho de pensar em tudo o que lá vou meter para não me esquecer de nada. Vou ao dicionário e tiro as palavras que me servirão de passaporte: o equador, uma linha de horizonte, a altitude e a latitude, um lugar de passageiro insistente. Dizem-me que não preciso de mais nada; mas continuo a encher a mala. Um pôr-do-sol para que a noite não caia tão depressa, o toque dos teus cabelos para que a minha mão os não esqueça, e aquele pássaro num jardim que nasceu nas traseiras da casa, e canta sem saber porquê. E outras coisas que poderiam parecer inúteis, mas de que vou precisar: uma frase indecisa a meio da noite, a constelação dos teus olhos quando os abres, e algumas folhas de papel onde irei escrever o que a tua ausência me vem ditar. E se me disserem que tenho excesso de peso, deixarei tudo isto em terra, e ficarei só com a tua imagem, a estrela de um sorriso triste, e o eco melancólico de um adeus.
Carta( esboço)
Lembro-me agora que tenho de marcar um encontro contigo, num sítio em que ambos nos possamos falar, de facto, sem que nenhuma das ocorrências da vida venha interferir no que temos para nos dizer. Muitas vezes me lembrei de que esse sítio podia ser, até, um lugar sem nada de especial, como um canto de café, em frente de um espelho que poderia servir de pretexto para reflectir a alma, a impressão da tarde, o último estertor do dia antes de nos despedirmos, quando é preciso encontrar uma fórmula que disfarce o que, afinal, não conseguimos dizer. É que o amor nem sempre é uma palavra de uso, aquela que permite a passagem à comunicação mais exacta de dois seres, a não ser que nos fale, de súbito, o sentido da despedida, e que cada um de nós leve, consigo, o outro, deixando atrás de si o próprio ser, como se uma troca de almas fosse possível neste mundo. Então, é natural que volte atrás e te peça: «Vem comigo!», e devo dizer-te que muitas vezes pensei em fazer isso mesmo, mas era tarde, isto é, a porta tinha-se fechado até outro dia, que é aquele que acaba por nunca chegar, e então as palavras caem no vazio, como se nunca tivessem sido pensadas. No entanto, ao escrever-te para marcar um encontro contigo, sei que é irremediável o que temos para dizer um ao outro: a confissão mais exacta, que é também a mais absurda, de um sentimento; e, por trás disso, a certeza de que o mundo há-de ser outro no dia seguinte, como se o amor, de facto, pudesse mudar as cores do céu, do mar, da terra, e do próprio dia em que nos vamos encontrar, que há-de ser um dia azul, de verão, em que o vento poderá soprar do norte, como se fosse daí que viessem, nesta altura, as coisas mais precisas, que são as nossas: o verde das folhas e o amarelo das pétalas, o vermelho do sol e o branco dos muros.
Shelley sem anjos e sem pureza, aqui estou à tua espera nesta praça, onde não há pombos mansos mas tristeza e uma fonte por onde a água já não passa. Das árvores não te falo pois estão nuas; das casas não vale a pena porque estão gastas pelo relógio e pelas luas e pelos olhos de quem espera em vão. De mim podia falar-te, mas não sei que dizer-te desta história de maneira que te pareça natural a minha voz. Só sei que passo aqui a tarde inteira tecendo estes versos e a noite que te há-de trazer e nos há-de de deixar sós
Recordar é uma arte. Como Temístocles, em vez de lembrar, desejo poder esquecer; porém, recordar e esquecer não são opostos. Não é fácil a arte de recordar, porque a recordação, no momento em que é preparada, pode modificar-se, enquanto a memória se limita a flutuar entre a lembrança certa e a lembrança errada. Por exemplo, o que é a saudade? É vir à recordação algo que está na memória. A saudade gera-se simplesmente pelo facto de se estar ausente. Arte seria conseguir sentir-se saudade sem se estar ausente. Para tanto é preciso estar-se treinado em matéria de ilusão. Viver numa ilusão, em que o crepúsculo é contínuo e nunca se faz dia, ou alguém ver-se reflectido numa ilusão, não é tão difícil como alguém reflectir-se para dentro de uma ilusão e ser capaz de deixá-la agir sobre si, com todo o poder que é o da ilusão, apesar de se ter pleno conhecimento disso. A magia de trazer até si o passado não é tão difícil como a de fazer desaparecer o que está presente em benefício da recordação.
E toda aquela infância que não tive me vem, numa onda de alegria que não foi de ninguém.
Que efeito terá tido este texto numa quase - ainda -criança?
Foi o primeiro livro filosófico que li. Quantos anos teria? Comprei-o na atlântida, na ferreira borges, a minha livraria de sempre até ter desaparecido. Era bem confortável essa faceta da minha existência: escolher e "por favor, ponha na conta..."Claro que tinha um montante limite, mas sempre me senti orgulhosa dessa componente da minha mesada e do meu livre arbítrio.
Se,na época, me tivessem questionado sobre o que é ser livre, teria ,certamente, respondido: " ir à livraria e escolher o livro que quero ler." Será que já tinha consciência de que, no indoeuropeu, a raiz do vocábulo livro é a mesma da palavra liberdade?
Mexer nesta parte da vida angustia-me. É quase masoquismo. Se a vida fosse um álbum de fotografias, tudo seria mais fácil...
O esquecimento não é só uma vis inertiae, é um poder ativo, uma faculdade moderadora, à qual devemos o facto de que tudo quanto nos acontece na vida, tudo quanto absorvemos, se apresenta à nossa consciência durante o estado da «digestão» (que poderia chamar-se absorção física)(...) Fechar, de quando em quando, as portas e janelas da consciência, permanecer insensível às ruidosas lutas do mundo subterrâneo dos nossos órgãos; fazer silêncio e tábua rasa da nossa consciência, a fim de que aí haja lugar para as funções mais nobres para governar, para rever, para pressentir (porque o nosso organismo é uma verdadeira oligarquia): eis aqui, repito, o ofício desta faculdade ativa, desta vigilante guarda encarregada de manter a ordem física, a tranquilidade, a etiqueta. Donde se conclui que nenhuma felicidade, nenhuma serenidade, nenhuma esperança, nenhum gozo presente poderiam existir sem a faculdade do esquecimento.
Tudo que temos é esquecimento.
A noite fria, o passar do vento
São sombras de mãos cujos gestos são
A ilusão mãe desta ilusão.
A loucura chamada afirmar, a doença chamada crer, a infâmia chamada ser feliz — tudo isto cheira a mundo, sabe à triste coisa que é a terra. Sê indiferente. Ama o poente e o amanhecer, porque não há utilidade, nem para ti, em amá-los. Veste teu ser do ouro da tarde morta, como um rei deposto numa manhã de rosas, com Março nas nuvens brancas e o sorriso das virgens nas quintas afastadas. Tua ânsia morra entre mirtos, teu tédio cesse então [...] e o som da água acompanhe tudo isto como um entardecer ao pé de margens, e o rio, sem sentido salvo correr, eterno, para marés longínquas. O resto é a vida que nos deixa, a chama que morre no nosso olhar, a púrpura gasta antes de a vestirmos, a lua que vela o nosso abandono, as estrelas que estendem o seu silêncio sobre a nossa hora de desengano. Assídua a mágoa estéril e amiga que nos aperta ao peito com amor.
(Meu destino é a decadência.)
Ah, a esta alma que não arde
Não envolve, porque ama
A esperança, ainda que vã,
O esquecimento que vive
Entre o orvalho da tarde
E o orvalho da manhã.
Todos os dias acontecem no mundo coisas que não são explicáveis pelas leis que conhecemos das coisas. Todos os dias, faladas nos momentos, esquecem, e o mesmo mistério que as trouxe as leva, convertendo-se o segredo em esquecimento.
Chega através do dia de névoa alguma coisa do esquecimento,
Vem brandamente com a tarde a oportunidade da perda.
Adormeço sem dormir, ao relento da vida.
É inútil dizer-me que as acções têm consequências.
É inútil eu saber que as acções usam consequências.
É inútil tudo, é inútil tudo, é inútil tudo
A saudade é um sentimento natural mas não tem sentido nenhum.
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