As estações do ano são quatro:primavera,outono,inverno e verão...
E que brisas quando as portas e as janelas estão todas abertas! Que verão agradável o dos outros! Dêem-me de beber, que não tenho sede!
Não estou pensando em nada
E essa coisa central, que é coisa nenhuma,
É-me agradável como o ar da noite,
Fresco em contraste com o Verão quente do dia.
Olha, é como o verão Quente o coração Salta de repente para ver A menina que vem...
Podemos ser amigos simplesmente Coisas do amor nunca mais Amores do passado, no presente Repetem velhos temas tão banais São coisas de momento São chuvas de verão...
De verão
No campo; eu acho nele a musa que me anima:
A claridade, a robustez, a acção.
Esta manhã, saí com minha prima,
Em quem eu noto a mais sincera estima
E a mais completa e séria educação.
Cinco atos de enredados feitiços, amores e desamores entre figuras mitológicas, com um desenlace noveleco: todos acasalam e serão, certamente, felizes para sempre...
Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isto não tem muita importância. O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado.
Se te comparo a um dia de verão
És por certo mais belo e mais ameno
O vento espalha as folhas pelo chão
E o tempo do verão é bem pequeno.
No entardecer dos dias de Verão, às vezes, Ainda que não haja brisa nenhuma, parece Que passa, um momento, uma leve brisa... Mas as árvores permanecem imóveis Em todas as folhas das suas folhas E os nossos sentidos tiveram uma ilusão, Tiveram a ilusão do que lhes agradaria... Ah, os sentidos, os doentes que vêem e ouvem! Fôssemos nós como devíamos ser E não haveria em nós necessidade de ilusão ... Bastar-nos-ia sentir com clareza e vida E nem repararmos para que há sentidos ... Mas graças a Deus que há imperfeição no Mundo Porque a imperfeição é uma cousa, E haver gente que erra é original, E haver gente doente torna o Mundo engraçado. Se não houvesse imperfeição, havia uma cousa a menos, E deve haver muita cousa Para termos muito que ver e ouvir .
Saudoso já deste verão que veio, Lágrimas para as flores dele emprego Na lembrança invertida De quando hei de perdê-las. Transpostos os portais irreparáveis De cada ano, me antecipo a sombra Em que hei de errar, sem flores, No abismo rumoroso. E colho a rosa porque a sorte manda. Marcenda, guardo-a; murche-se comigo Antes que com a curva Diurna da ampla terra...
"E colho a rosa porque a sorte manda..."
Os dias de verão vastos como um reino Cintilantes de areia e maré lisa Os quartos apuram seu fresco de penumbra Irmão do lírio e da concha é nosso corpo Tempo é de repouso e festa O instante é completo como um fruto Irmão do universo é nosso corpo O destino torna-se próximo e legível Enquanto no terraço fitamos o alto enigma familiar dos astros Que em sua imóvel mobilidade nos conduzem Como se em tudo aflorasse eternidade Justa é a forma do nosso corpo
"O instante é completo como um fruto..."
Amo, pelas tardes demoradas de Verão, o sossego da cidade baixa, e sobretudo aquele sossego que o contraste acentua na parte que o dia mergulha em mais bulício. (...) Por ali arrasto, até haver noite, uma sensação de vida parecida com a dessas ruas. De dia elas são cheias de um bulício que não quer dizer nada; de noite são cheias de uma falta de bulício que não quer dizer nada. Eu de dia sou nulo, e de noite sou eu. (...) Nessas horas lentas e vazias, sobe-me da alma à mente uma tristeza de todo o ser, a amargura de tudo ser ao mesmo tempo uma sensação minha e uma coisa externa, que não está em meu poder alterar. Ah, quantas vezes os meus próprios sonhos se me erguem em coisas, não para me substituirem a realidade, mas para se me confessarem seus pares em eu os não querer, em me surgirem de fora, como o eléctrico que dá a volta na curva extrema da rua, ou a voz do apregoador nocturno, de não sei que coisa, que se destaca, toada árabe, como um repuxo súbito, da monotonia do entardecer!
Quando as pessoas são felizes, não reparam se é Inverno ou Verão...No meio do inverno, aprendi que existia em mim um invencível verão... Nem tchekhov nem camus...
As you've always done before Giving substance to shadows...
Não estou pensando em nada
E essa coisa central, que é coisa nenhuma,
É-me agradável como o ar da noite,
Fresco em contraste com o Verão quente do dia.
Não estou pensando em nada, e que bom!
Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isto não tem muita importância. O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado.
O amor não vê com os olhos, vê com a mente; por isso é alado, é cego e tão potente.
Quando o amor é sincero ele vem com um grande amigo, e quando a amizade é concreta ela é cheia de amor e carinho... Oh Deus! Por tudo quanto tenho lido ou das lendas e histórias escutado, em tempo algum teve um tranquilo curso o verdadeiro amor
O meu país sabe as amoras bravas no verão.Ninguém ignora que não é grande, nem inteligente, nem elegante o meu país, mas tem esta voz doce de quem acorda cedo para cantar nas silvas. Raramente falei do meu país, talvez nem goste dele, mas quando um amigo me traz amoras bravas os seus muros parecem-me brancos,reparo que também no meu país o céu é azul.
No entardecer dos dias de Verão, às vezes, Ainda que não haja brisa nenhuma, parece Que passa, um momento, uma leve brisa Mas as árvores permanecem imóveis Em todas as folhas das suas folhas E os nossos sentidos tiveram uma ilusão, Tiveram a ilusão do que lhes agradaria... Ah, os sentidos, os doentes que vêem e ouvem! Fôssemos nós como devíamos ser E não haveria em nós necessidade de ilusão Bastar-nos-ia sentir com clareza e vida E nem repararmos para que há sentidos ...
Como quem num dia de Verão abre a porta de casa E espreita para o calor dos campos com a cara toda, Às vezes, de repente, bate-me a Natureza de chapa Na cara dos meus sentidos, E eu fico confuso, perturbado, querendo perceber Não sei bem como nem o quê... Mas quem me mandou a mim querer perceber? Quem me disse que havia que perceber? Quando o Verão me passa pela cara A mão leve e quente da sua brisa, Só tenho que sentir agrado porque é brisa Ou que sentir desagrado porque é quente, E de qualquer maneira que eu o sinta, Assim, porque assim o sinto, é que é meu dever senti-lo...
Amo, pelas tardes demoradas de Verão, o sossego da cidade baixa, e sobretudo aquele sossego que o contraste acentua na parte que o dia mergulha em mais bulício. A Rua do Arsenal, a Rua da Alfândega, o prolongamento das ruas tristes que se alastram para leste desde que a da Alfândega cessa, toda a linha separada dos cais quedos tudo isso me conforta de tristeza, se me insiro, por essas tardes, na solidão do seu conjunto. Vivo uma era anterior àquela em que vivo; gozo de sentir-me coevo de Cesário Verde, e tenho em mim, não outros versos como os dele, mas a substância igual à dos versos que foram dele. Por ali arrasto, até haver noite, uma sensação de vida parecida com a dessas ruas. De dia elas são cheias de um bulício que não quer dizer nada; de noite são cheias de uma falta de bulício que não quer dizer nada. Eu de dia sou nulo, e de noite sou eu. Não há diferença entre mim e as ruas para o lado da Alfândega, salvo elas serem ruas e eu ser alma, o que pode ser que nada valha, ante o que é a essência das coisas. Há um destino igual, porque é abstracto, para os homens e para as coisas — uma designação igualmente indiferente na álgebra do mistério. Mas há mais alguma coisa... Nessas horas lentas e vazias, sobe-me da alma à mente uma tristeza de todo o ser, a amargura de tudo ser ao mesmo tempo uma sensação minha e uma coisa externa, que não está em meu poder alterar. Ah, quantas vezes os meus próprios sonhos se me erguem em coisas, não para me substituirem a realidade, mas para se me confessarem seus pares em eu os não querer, em me surgirem de fora, como o eléctrico que dá a volta na curva extrema da rua, ou a voz do apregoador nocturno, de não sei que coisa, que se destaca, toada árabe, como um repuxo súbito, da monotonia do entardecer!
O céu de todos os Invernos Cobre em meu ser todo o Verão... Vai para as profundas dos infernos E deixa em paz meu coração! Por ti meu pensamento é triste, Meu sentimento anda estrangeiro; A tua ideia em mim insiste Como uma falta de dinheiro. Não posso dominar meu sonho.Não te posso obrigar a amar. Que hei-de fazer? Fico tristonho. Mas a tristeza há-de acabar. Bem sei, bem sei... A dor de corno... Mas não fui eu que lho chamei. Amar-te causa-me transtorno, Lá que transtorno é que não sei...
Saudoso já deste Verão que vejo.Lágrimas para as flores dele emprego Na lembrança invertida De quando hei-de perdê-las. Transpostos os portais irreparáveis De cada ano, me antecipo a sombra Em que hei-de errar, sem flores, No abismo rumoroso. E colho a rosa porque a sorte manda. Marcenda, guardo-a; murche-se comigo Antes que com a curva Diurna da ampla terra.
Depois de amanhã, sim, só depois de amanhã… Levarei amanhã a pensar em depois de amanhã,E assim será possível; mas hoje não…Não, hoje nada; hoje não posso. A persistência confusa da minha subjetividade objetiva, O sono da minha vida real, intercalado,O cansaço antecipado e infinito, Um cansaço de mundos para apanhar um elétrico… Esta espécie de alma… Só depois de amanhã… Hoje quero preparar-me, Quero preparar-me para pensar amanhã no dia seguinte… Ele é que é decisivo. Tenho já o plano traçado; mas não, hoje não traço planos… Amanhã é o dia dos planos. Amanhã sentar-me-ei à secretária para conquistar o mundo; Mas só conquistarei o mundo depois de amanhã… Tenho vontade de chorar, Tenho vontade de chorar muito de repente, de dentro… Não, não queiram saber mais nada, é segredo, não digo. Só depois de amanhã… Quando era criança o circo de domingo divertia-me toda a semana. Hoje só me diverte o circo de domingo de toda a semana da minha infância… Depois de amanhã serei outro, A minha vida triunfar-se-á, Todas as minhas qualidades reais de inteligente, lido e prático Serão convocadas por um edital… Mas por um edital de amanhã… Hoje quero dormir, redigirei amanhã… Depois de amanhã serei finalmente o que hoje não posso nunca ser. Só depois de amanhã… Tenho sono como o frio de um cão vadio.Tenho muito sono. Amanhã te direi as palavras, ou depois de amanhã… Sim, talvez só depois de amanhã…
And when you fell you're near the end And there's a stranger where once was a friend And you are left without a word Only the whispers that you've overheard...
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