No hay tiempo.
Ya no hay tiempo.
Pero ¿alguna vez hubo tiempo?
La ilusión de la vida por delante
se conjuga con el verbo
de la vida por detrás.
Y todo transcurrir no es más que un punto,
quizá un punto extensible
o el revés de ese punto,
porque el tiempo es puntual.
Un punto que a veces se desliza levemente,
como una gota de asombro de la luz
o un inesperado corpúsculo de sombra,
tan sólo para justificar algo parecido a un nivel
en el barómetro casi fijo
que mide la presión imposible de la vida.
O tal vez simplemente
la presión diagonal de lo imposible.
Todas as sensações são boas, logo que se não tente reduzi-las à acção. Um acto é uma sensação que se deita fora. Age para dentro, colhendo só com as mãos do espírito as flores na margem da vida. Combater a escravidão mental representada pela associação de ideias. Aprender a não associar ideias, a quebrar em pedaços a alma. Saber simultanizar as sensações, dispersar o espírito por si-próprio, espalhado e disperso. Nós temos pela vida social e política uma grande indiferença dinâmica. Por muito que nos interessem essas coisas, interessam-nos apenas para sobre elas construirmos teorias passageiras, hipóteses inexpressas.
Tenho ternura, ternura até às lágrimas, pelos meus livros de outros em que escrituro, pelo tinteiro velho de que me sirvo, pelas costas dobradas do Sérgio, que faz guias de remessa um pouco para além de mim. Tenho amor a isto, talvez porque não tenha mais nada que amar — ou talvez, também, porque nada valha o amor de uma alma, e, se temos por sentimento que o dar, tanto vale dá-lo ao pequeno aspecto do meu tinteiro como a grande indiferença das estrelas.
Uma perda de tempo...
Apesar de ginny, o filme é banal...
"A dream about memory and the degradation of memory. It’s about distance in time and space. Time moves forward, but then backward as memory. The image of the two-faced Roman god Janus, who can look into the past and future, is the core visual language."- Casey
It's nobody's fault No guilty party You just got nothing Nothing left to say ... I just got nothing Nothing left to say It all, all catches up to me It all, all catches up to me All the time...
Nunca pude convencer-me de que podia, ou de que alguém seguramente poderia, dar alívio certo ou profundo, e muito menos cura, aos males humanos. Mas nunca, também, pude tirar deles o pensamento; a mais pequena angústia humana - mais, a mais leve imaginação dela - sempre me angustiou, me transtornou, me tirou do poder de me concentrar e de me egoizar. O convencimento da futilidade de toda a terapêutica para a alma deveria, por certo, erguer-me a um píncaro de indiferença, entre o qual e as agitações da terra velassem tudo as nuvens daquele mesmo convencimento. O pensamento, porém, poderoso como é, nada pode contra a rebeldia da emoção. Não podemos não sentir, como podemos não andar. Assim assisto, e assisti sempre, desde que me lembro de sentir com as emoções mais nobres, à dor, à injustiça e à miséria que há no mundo do mesmo modo que assistiria um paralítico ao afogamento de um homem que ninguém ainda que válido, poderia salvar. A dor alheia tornou-se em mim mais do que uma só dor - a de a ver, a de a ver irreparável, e a de saber que o conhecê-la irreparável me empobrece até da nobreza inútil de querer ter os gestos de a reparar. A minha falta de impulso foi sempre, afinal, a fonte da origem destes males todos - o não saber querer antes de pensar, o não saber entregar-me, o não saber decidir do único modo como se decide - com a decisão, que não com o conhecimento -, burro de Buridan morrendo na bissectriz matemática da água da emoção e da palha do esforço, podendo, se não pensasse, morrer sim, porém não de fome nem de sede...
The time has gone, the song is over Thought I'd something more to say...
Tired of lying in the sunshine
Staying home to watch the rain
You are young and life is long
And there is time to kill today
And then one day you find
Ten years have got behind you
No one told you when to run
You missed the starting gun
And you run and you run to catch up with the sun, but it's sinking
And racing around to come up behind you again
The sun is the same in a relative way, but you're older
Shorter of breath and one day closer to death
Every year is getting shorter...
Gripsholm: Tempo de Amar.
"Bem-vindo à Europa na década de 1930, no início do nacional-socialismo na Alemanha...
Gripsholm: Tempo de Amar leva-nos a um mundo decadente de prazer e desejo: Kurt é convidado a passar o verão num palácio sueco de Gripsholm com a sua namorada, Lydia, e os seus amigos. Esta produção, baseada em factos reais sobre a vida do jornalista político e escritor Tucholsky, leva os espectadores para um mundo além dos transtornos sociais e políticos que ocorreram na Europa durante a década de 1930."
espaço-tempo
Dois dias de viagem separam um homem e especialmente um jovem que ainda não criou raízes firmes na vida do seu mundo quotidiano, de tudo quanto ele costuma chamar seus deveres, interesses, cuidados e projetos; separam-no muito mais do que esse jovem imaginava, enquanto um fiacre o levava à estação. O espaço que, girando e fugindo, se ergue de permeio entre ele e o seu lugar de origem, revela forças que geralmente se julgam privilégio do tempo; produz de hora em hora novas metamorfoses íntimas, muito parecidas com aquelas que o tempo origina, mas em certo sentido mais intensas ainda. Tal qual o tempo, o espaço gera o esquecimento; porém fá-lo, desligando o indivíduo das suas relações e pondo-o num estado livre, primitivo; chega até mesmo a transformar, num só golpe, um pedante ou um burguesote numa espécie de vagabundo. Dizem que o tempo é como o rio Letes; mas também o ar de paragens longínquas representa uma poção semelhante, e o seu efeito, conquanto menos radical, não deixa de ser mais rápido.
Crê-se em geral que a novidade e o caráter interessante do conteúdo “fazem passar” o tempo, quer dizer, abreviam-no, ao passo que a monotonia e a vacuidade lhe estorvam e retardam o fluxo. Isto não é verdade, senão com certas restrições. Pode ser que a vacuidade e a monotonia alarguem e tornem “tediosos” o momento e a hora; porém, as grandes quantidades de tempo são por elas abreviadas e aceleradas, a ponto de se tornarem um quase nada. Um conteúdo rico e interessante é, por outro lado, capaz de abreviar a hora e até mesmo o dia; mas, considerado sob o ponto de vista do conjunto, confere amplitude, peso e solidez ao curso do tem¬po, de maneira que os anos ricos em acontecimentos passam muito mais devagar do que aqueles outros, pobres, vazios, leves, que são varridos pelo vento e se vão voando. O que se chama tédio é, portanto, na realidade, antes uma brevidade mórbida do tempo, provocada pela monotonia: em casos de igualdade contínua, os grandes lapsos de tempo chegam a encolher-se a tal ponto, que causam ao coração um susto mortal; quando um dia é como todos, todos são como um só; passada numa uniformidade perfeita, a mais longa vida seria sentida como brevíssima e decorreria num abrir e fechar de olhos. O hábito representa a modorra, ou ao menos o enfraquecimento, do senso de tempo, e o facto de os anos de infância serem vividos mais vagarosamente, ao passo que a vida posterior se desenrola e foge cada vez mais depressa – esse facto também se baseia no hábito. Sabemos perfeitamente que a intercalação de mudanças de hábitos, ou de hábitos novos, constitui o único meio para manter a nossa vida, para refrescar a nossa sensação de tempo, para obter um rejuvenescimento, um reforço, um retardamento da nossa experiência do tempo, e com isso, a renovação da nossa sensação de vida em geral. Tal é a finalidade da mudança de lugar e de clima, da viagem de recreio, e nisso reside o que há de salutar na variação e no episódico. Os primeiros dias num ambiente novo têm um curso juvenil, quer dizer, vigoroso e amplo. Isto aplica -se a uns seis ou oito dias. Depois, à medida que a pessoa se “aclimata”, começa a sentir uma progressiva abreviação: quem se apega à vida, ou melhor, quem gostaria de o fazer, talvez note com horror como os dias voltam a tornar-se leves e começam a deslizar voando; e a última semana – de quatro, por exemplo – é de uma rapidez e fugacidade inquietante. Verdade é que a vitalização do nosso senso de tempo produz efeitos além do interlúdio, fazendo-se valer ainda quando a pessoa já voltou à rotina; os primeiros dias que passamos em casa, depois da variação, se nos afiguram também novos, amplos e juvenis; mas esses são somente uns poucos, já que a gente se reacostuma mais rapidamente à rotina do que à sua suspensão. E o senso de tempo de quem já está fatigado, em virtude da idade, ou nunca o possuiu desenvolvido em alto grau – o que é sinal de pouca força vital –, volta a adormecer muito depressa, e já ao cabo de vinte e quatro horas é como se tal pessoa jamais se tivesse afastado do seu ambiente habitual, e a viagem não passasse do sonho de uma noite.
A imagem do tempo, também ele produz esquecimento, mas fá-lo libertando-nos das nossas obrigações, transpondo-nos para um estado original...
As time goes by...
Fisicamente, habitamos um espaço, mas, sentimentalmente, somos habitados por uma memória. Memória que é a de um espaço e de um tempo, memória no interior da qual vivemos, como uma ilha entre dois mares: um que dizemos passado, outro que dizemos futuro. Podemos navegar no mar do passado próximo graças à memória pessoal que conservou a lembrança das suas rotas, mas para navegar no mar do passado remoto teremos de usar as memórias que o tempo acumulou, as memórias de um espaço continuamente transformado, tão fugidio como o próprio tempo.
A miséria da minha condição não é estorvada por estas palavras conjugadas, com que formo, pouco a pouco, o meu livro casual e meditado. Sobrevivo nulo no fundo de toda a expressão, como um pó indissolúvel no fundo do copo de onde se bebeu só água.(...) Ante o vasto céu estrelado e o enigma de muitas almas, a noite do abismo incógnito e o choro de nada se compreender — ante tudo isto ó que escrevo no caixa auxiliar e o que escrevo neste papel da alma são coisas igualmente restritas à Rua dos Douradores, muito pouco aos grandes espaços milionários do universo.
Tudo isto é sonho e fantasmagoria, e pouco vale que o sonho seja lançamentos como prosa de bom porte. Que serve sonhar com princesas mais que sonhar com a porta da entrada do escritório? Tudo o que sabemos é uma impressão nossa, e tudo o que somos e uma impressão alheia, melodrama de nós, que, sentindo-nos, nos constituímos nossos próprios espectadores activos, nossos deuses por licença da Câmara.
No seu feitio de S (que, se se considerar fechada, é 8, e, deitado, igualmente serpentino, Infinito), a Serpente inclui dois espaços, que rodeia e transcende. (O primeiro espaço é o mundo inferior, o segundo o mundo superior.) Em outra figuração serpentina — a da cobra em círculo, a boca mordendo a cauda —reproduz-se, não o S, de que a letra é sinal, mas o círculo, símbolo da terra, ou do mundo tal qual o temos. No feitio de S a Serpente evade-se das duas Realidades e desaparece dos Mundos e Universos.
As ação desenvolve-se, conforme esclarece o dramaturgo na apresentação do texto, em “qualquer lugarejo serrano e primitivo, em Portugal”. O caráter “primitivo” e indeterminado do espaço diz muito sobre seus propósitos futuros. O pecado de João de Agonia reparte-se em três atos, desmembrados em cenas que nos permitem conhecer os valores vigentes e as personagens. Esse mundo é composto por três famílias – Agonia, Giesta e Lamas. Da primeira, surgem José e Rita, pais de João, Fernando e Teresa, além de seus tios Miguel e Carlos, e Rosa, a avó; já da segunda, os Giestas, surgem Toino e Maria, filhos de Guilhermina; da terceira, origina-se Manuel.









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