Leituras...
Este palavrário é o que fica do que nunca serei...
terça-feira, 12 de março de 2024
sexta-feira, 1 de março de 2024
domingo, 25 de fevereiro de 2024
Fragmentos sonoros...
segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024
AmizadeS...
Este livro responde a perguntas que as crianças nos fazem ou que nunca chegaram a sair da suas (e até das nossas) cabeças:
Como é que os nossos amigos ficam nossos amigos? O que nos faz aproximar ou afastar uns dos outros?
Uma história sobre como nascem os amigos e os vários níveis de amizade; como se explica que haja amigos mais próximos, amigos mais distantes, amigos que só estão alguns dias na nossa vida e amigos que estarão durante toda a vida, e que não o adivinhamos. Um texto sobre porque é que a nossa vida é bem melhor com eles do que sem eles. O narrador compara o universo físico (planetas, lua, estrelas) com o universo da amizade e dá pistas sobre como reconhecer os grandes amigos.
O universo é feito de muitos (muitos mesmo, tipo infinitos) planetas, estrelas, galáxias, eu sei lá... (muitos eu sei lás...)
A força que os atrai uns para os outros chama-se gravidade. Se se aproximam muito, chocam uns com os outros; se se afastam muito, separam-se para sempre.
E as pessoas? Qual é a força que as faz aproximar e afastar? Não há nenhuma teoria? Uma Lei da Gravitação Universal das Pessoas? Que leis da Física ou da Química - ou da Música - nos regulam?
domingo, 28 de janeiro de 2024
Narrativa sobre a solidão, a doença dos tempos modernos, e o confronto com o passado com que nos tentamos reconciliar...
segunda-feira, 22 de janeiro de 2024
Luís Vaz de Camões
Camões foi só um dos maiores poetas do Renascimento . Camões foi só um génio do humanismo português...
quinta-feira, 11 de janeiro de 2024
À espera...
segunda-feira, 1 de janeiro de 2024
terça-feira, 19 de dezembro de 2023
Natal...
1ª - Substituir o mês de dezembro por julho.
2ª - Limpar o calendário, com especial afinco os dias 24 a 26 dezembro.
3ª - Fazer um retiro em dezembro.
4ª - Perder a memória com uma paulada na cabeça.
5ª - Tornar-se budista ou muçulmano.
6ª - Estragar o Natal dos outros.
7ª - Ficar preso no elevador.
8ª - Tornar-se monge.
9ª - Organizar uma série de manifestações contra a guerra.
10ª - Ter um acidente de automóvel.
11ª - Suicidar-se.
(Ainda tínhamos muitas ideias: prisão, LSD, Lua...Desistimos delas. Mas temos uma última:
12ª - Fazer uma lista de propostas para escapar ao Natal.
Nota do Autor: Feliz Natal!
sábado, 16 de dezembro de 2023
"Mais um ano está a findar, e Asle, um velho pintor viúvo e solitário, está parado defronte da sua última tela. Interroga-se se estará pronta, se gosta dela ou se a levará juntamente com as outras treze obras que preparou para a sua próxima exposição em Bjørgvin. É o início de uma longa meditação sobre o seu passado de jovem pintor sem dinheiro, a relação com Ales, a sua falecida mulher, e a conversão tardia ao catolicismo. Porém, existe um outro Asle, tão real quanto aquele, também ele pintor, também ele solitário, mas dependente do álcool. Duas histórias de vida que se cruzam. Luz e sombra. Fé e desespero." Serão duas histórias?
terça-feira, 28 de novembro de 2023
Pessoa revisitado...
Compararei algumas destas figuras, para mostrar, pelo exemplo, em que consistem essas diferenças. O ajudante de guarda-livros Bernardo Soares e o Barão de Teive — são ambas figuras minhamente alheias — escrevem com a mesma substância de estilo, a mesma gramática e o mesmo tipo e forma de propriedade: é que escrevem com o estilo que, bom ou mau, é o meu. Comparo as duas porque são casos de um mesmo fenómeno — a inadaptação à realidade da vida, e, o que é mais, a inadaptação pelos mesmos motivos e razões. Mas, ao passo que o português é igual no Barão de Teive [e] em Bernardo Soares, o estilo difere em que o do fidalgo é intelectual, despido de imagens, um pouco — como direi? — hirto e restrito; e o do burguês é fluido, participando da música e da pintura, pouco arquitectural. O fidalgo pensa claro, escreve claro, e domina as suas emoções, se bem que não os seus sentimentos; o guarda-livros nem emoções nem sentimentos domina, e quando pensa é subsidiariamente a sentir.
Páginas que recomendaria a um amigo escritor : 45,46,47; 50,51, 52.
Para além da curva da estrada
Talvez haja um poço, e talvez um castelo,
E talvez apenas a continuação da estrada.
Não sei nem pergunto.
Enquanto vou na estrada antes da curva
Só olho para a estrada antes da curva,
Porque não posso ver senão a estrada antes da curva.
De nada me serviria estar olhando para outro lado
E para aquilo que não vejo.
Importemo-nos apenas com o lugar onde estamos.
Há beleza bastante em estar aqui e não noutra parte qualquer.
Se há alguém para além da curva da estrada,
Esses que se preocupem com o que há para além da curva da estrada.
Essa é que é a estrada para eles.
Se nós tivermos que chegar lá, quando lá chegarmos saberemos.
Por ora só sabemos que lá não estamos.
Aqui há só a estrada antes da curva, e antes da curva
Há a estrada sem curva nenhuma.
Disse Amiel que uma paisagem é um estado de alma, mas a frase é uma felicidade frouxa de sonhador débil. Desde que a paisagem é paisagem, deixa de ser um estado de alma. Objectivar é criar, e ninguém diz que um poema feito é um estado de estar pensando em fazê-lo. Ver é talvez sonhar, mas se lhe chamamos ver em vez de lhe chamarmos sonhar, é que distinguimos sonhar de ver.(...)
O Tejo ao fundo é um lago azul, e os montes da Outra Banda são de uma Suíça achatada. Sai um navio pequeno - vapor de carga preto - dos lados do Poço do Bispo para a barra que não vejo. Que os Deuses todos me conservem, até à hora em que cesse este meu aspecto de mim, a noção clara e solar da realidade externa, o instinto da minha inimportância, o conforto de ser pequeno e de poder pensar em ser feliz.
O Chiado sabe-me a açorda.
Corro ao fluir do Tejo lá em baixo.
Mas nem ali há universo.
E o tédio persiste como uma mão regando no escuro.
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflecte!
Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.
Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!
Eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh eh-eh-eh!
EH-EH EH-EH-EH EH-EH EH-EH EH-EH-EH!
EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH EH EH-EH!
EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH!
EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH!
Parte-se em mim qualquer coisa. O vermelho anoiteceu.
Senti demais para poder continuar a sentir.
Esgotou-se-me a alma, ficou só um eco dentro de mim.
Decresce sensivelmente a velocidade do volante.
Tiram-me um pouco as mãos dos olhos os meus sonhos.
Dentro de mim há um só vácuo, um deserto, um mar nocturno.
E logo que sinto que, há um mar nocturno dentro de mim,
Sabe dos longes dele, nasce do seu silêncio,
Outra vez, outra vez o vasto grito antiquíssimo.
De repente, como um relâmpago de som, que não faz barulho mas ternura,
Subitamente abrangendo todo o horizonte marítimo
Húmido e sombrio marulho humano nocturno,
Voz de sereia longínqua chorando, chamando,
Vem do fundo do Longe, do fundo do Mar, da alma dos Abismos,
E à tona dele, como algas, bóiam meus sonhos desfeitos...
Ahó-ó-ó-ó-ó-ó-ó-ó-ó-ó-ó — yy...
Schooner ahó-ó-ó-ó-ó-ó-ó-ó-ó-ó-ó-ó-ó — yy......
O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia, / Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia / Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia,
De longe vejo passar no rio um navio...
Vai Tejo abaixo indiferentemente.
Mas não é indiferentemente por não se importar comigo
E eu não exprimir desolação com isto...
É indiferentemente por não ter sentido nenhum
Exterior ao facto isoladamente navio
De ir rio abaixo sem licença da metafísica...
Rio abaixo até à realidade do mar.
domingo, 26 de novembro de 2023
Normalidades...
Foi a Svetlana que te ofereceu esta merda- diz a minha mãe quando me vê chegar com o livro.
Raulito usa a palavra "anjo" num poema e é acusado de " diversionismo ideológico"...Comove imaginar o sofrimento deste adolescente que não percebe quem é...Eu não tenho futuro , sou uma árvore de raízes na areia...
A mãe quer que Raulito seja Nancy, a tia precocemente, desaparecida; o capitão vê no soldado Raul Iriarte a mulher que ficou em Cuba e morreu...Ele torna-se Cassandra...
sábado, 18 de novembro de 2023
Tédio...
Uma obra prima que me começou por causar um profundíssimo, " íssimo", tédio, mas que evoluiu de forma agradável...
Sono de ser, sem remédio,
Vestígio do que não foi,
Leve.mágoa, breve tédio,
Não sei se pára, se flui;
Não sei se existe ou se dói
A loucura chamada afirmar, a doença chamada crer, a infâmia chamada ser feliz — tudo isto cheira a mundo, sabe à triste coisa que é a terra. Sê indiferente. Ama o poente e o amanhecer, porque não há utilidade, nem para ti, em amá-los.
Quando o Tédio, invencível e infecundo,
Nos faz sentir a solidão de ser,
E uma monotonia ocupa o mundo,
Que mais tem o espírito a fazer
Do que ensinar ao corpo que o profundo
Desgosto da existência lhe requere
Que veja sempre ao cálix o seu fundo
E sempre tome o cálix a encher?
domingo, 29 de outubro de 2023
Dúvidas...
quinta-feira, 7 de setembro de 2023
Se sair desta casa, será algemada. Devia ter fugido enquanto podia. Agora, a minha oportunidade desapareceu. Neste momento, os polícias estão na casa e descobriram o que está no andar de cima, não há volta atrás. Estão a cerca de cinco segundos de me ler os meus direitos. Não sei muito bem por que não o fizeram ainda. Talvez esperem induzir-me a dizer-lhes algo que não devia. Boa sorte com isso.
segunda-feira, 21 de agosto de 2023
Dor...
Através destas personagens, desfilam perante o leitor uma série de acontecimentos domésticos e familiares que, pela sua escalada de violência, explicam o desenlace que é anunciado, logo na frase de abertura do romance.
Um tio abusador sexual;
sexta-feira, 14 de julho de 2023
Indefinível...
Somos ambos sentimentais.Não conseguimos impedi-lo. A nossa geração ainda tem os velhos sentimentos. Uma parte de nós recusa-se a reconhecer. A parte que quer continuar a acreditar que existe algo inatingível dentro de cada um de nós. Algo que é único e não transmissível. Mas não há nada disso, sabemo-lo agora.
Eu gosto deste sítio( da Sucata) E tenho as minhas próprias memórias para percorrer e pôr na ordem certa.
À excessivamente meticulosa,
sexta-feira, 7 de julho de 2023
sexta-feira, 30 de junho de 2023
Amores...
Blanca tem algo de comum comigo: é uma pessoa triste com vocação de alegre
O orgulho é para quando temos vinte ou trinta anos.
Tudo foi demasiado obrigatório para que eu pudesse sentir-me feliz.
A nossa sensibilidade é primordialmente digestiva...
Marcas da época:
* importância da virgindade
Palavras de Inês Pedrosa, na homenagem que lhe presta no Jornal das Letras, quando " atordoada de tristeza", se confessa uma " discípula fascinada" e uma " amiga inexpugnável" do seu antigo mestre.
Todo o amor é um acto de identificação e reconhecimento. Encontramos na pessoa amada, não um reflexo, o que seria pobre, mas uma ressonância da nossa própria alma...
Todas as cartas de amor são
quinta-feira, 22 de junho de 2023
domingo, 11 de junho de 2023
terça-feira, 18 de abril de 2023
Paradoxos...
isto não é, de todo, uma dissertação elevada, é só uma conversa informal.
Para Annie o papá é um herói, só tarde percebe que o pai admirava Hitler.